O Banco Central (BC) anunciou, no final da tarde desta quarta-feira (09), a manutenção da taxa básica de juros brasileira, a Selic, em 2% ao ano. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime; a permanência da mínima histórica estava dentro das expectativas do mercado e já havia sido sinalizada na atas de reuniões anteriores.
Para Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos, é preciso ficar atento à ata da reunião, que deve destacar as questões fiscais do Brasil. “Acreditamos que o juro está de acordo com o momento atual da economia, mas entendemos que, para 2021, esse movimento [de alteração no cenário de juros] pode ocorrer no primeiro trimestre.”
Um fator que pode levar ao aumento da Selic é a inflação, que registrou o maior resultado para um mês de novembro em cinco anos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo IBGE na última terça-feira (8), avançou 0,89% no último mês, contra 0,86% em outubro e acumula crescimento de 3,13% no ano.
“O mês de maio foi o último mês com deflação e o mercado espera que o próximo trimestre tenha um equilíbrio melhor de oferta e demanda", diz Bertotti. Segundo o economista, a expectativa é que em 2021 a Taxa Selic suba para 3%.