O Comitê de Política Monetário (Copom), do Banco Central (BC), decidirá amanhã (16) o rumo da Selic, a taxa básica de juros do país. Os economistas da Nova Futura Investimentos apontam que o comitê não deve elevar a taxa em mais de 0,75%.
Para Pedro Paulo Silveira, gestor da Nova Futura, uma parte do mercado passou a apostar no aumento de 1% ao invés de 0,75%, contudo, o especialista diz que o BC praticamente definiu a taxa de juros de amanhã na reunião passada.
“Na minha opinião, não existe espaço para ele [o BC] mudar o que vai fazer amanhã, porque já tinha sido definido no comunicado passado. Na outra reunião, o Copom disse que ia fazer um ajuste com a mesma magnitude. Desta forma, podem colocar 0,75% e falar que vão abandonar o processo de normalização parcial, o que já seria o suficiente para deixar o mercado em estado de alerta. Então, eles provavelmente não vão subir tanto amanhã, mas subirão no futuro”, disse.
De acordo com Nicolas Borsoi, economista da Nova Futura, o Copom deve subir a taxa Selic em 75 pontos-base, de 3,5% para 4,25%: “O grande debate nessa reunião será a discussão sobre manter ou abandonar o compromisso com a prescrição de normalização parcial da política monetária, entendido como levar a taxa Selic para o intervalo entre 5,5% e 6,0%".
"Desde a última reunião, os dados de atividade econômica, em especial o PIB do primeiro trimestre, surpreendeu as expectativas. O IPCA de maio também veio acima do esperado e mostrou uma difusão bastante significativa, demonstrando que a alta de preços está se tornando mais disseminada”, afirma Borsoi.
“Apesar da queda recente na taxa de câmbio, o índice de preços no atacado (IGP-M) continua muito alto, o que d eve pressionar os valores no varejo nos próximos meses. Além disso, a reabertura tem continuado e as expectativas de vacinação estão melhorando, favorecendo o crescimento no segundo semestre", explica. "Todos esses vetores estimulam uma postura mais conservadora por parte do Copom. Porém, mais preocupante. A continuidade da alta nas expectativas de inflação, em especial a do IPCA de 2022, demonstram que o processo inflacionário continua exigindo retirada de estímulos”, completa.
O economista diz que a opinião da corretora é que a autoridade retirará a frase de normalização parcial da decisão amanhã e pode emitir uma mensagem de maior conservadorismo na condução da política monetária, o que deve ser interpretado como uma indicação de que a taxa Selic deve terminar 2021 em torno de 6,5%.
“Apesar das especulações, acreditamos ser improvável uma alta de 1,00% na reunião de amanhã, em nossa visão, uma alta de 100 pontos base seria mais provável na reunião de agosto. Se essa decisão for contemplada pelo Copom, devemos ver alguma sinalização textual na decisão de amanhã. Por fim, acreditamos que o mais provável é uma alta de 0,75% amanhã e algo similar na reunião de agosto”, finaliza.
*Com informações de Gueratto Press