Banco Central

Copom pode indicar corte dos juros para as próximas reuniões, vê LCA

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A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, a segunda sob a batuta de Roberto Campos Neto para definir o juro básico da economia, ocorrerá em meio a um aumento do grau de incerteza nas conjunturas externa e interna, que tende a dificultar a avaliação acerca do balanço de riscos para o cenário inflacionário doméstico. A avaliação é da LCA Consultores, que espera que o Copom mantenha os juros em 6,5% ao ano. Mas, para a consultoria, aumentam as chances de o Copom indicar no comunicado que acompanha a decisão dos juros que a taxa poderá cair nas próximas reuniões, diante da economia muito mais fraca do que o esperado e da expectativa de inflação dentro da meta.

No exterior, a aversão global ao risco subiu um degrau na esteira do desfecho da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e do recrudescimento de tensões comerciais entre EUA e China depois que o presidente Donald Trump anunciou, novamente via redes sociais, que as tarifas de importação de diversos produtos chineses serão elevadas nesta semana.

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O ambiente externo “desafiador” vem mantendo o câmbio doméstico algo mais pressionado do que se antevia, avalia LCA. “Ademais, choques negativos de oferta têm exercido pressão sobre os preços de alguns produtos (sobretudo alimentos e combustíveis), provocando aceleração (a nosso ver transitória) da inflação”.

Porém, a atividade econômica interna continua a registrar sinais de fraqueza e a confiança do setor privado vem devolvendo parte da melhora observada após as eleições, devido ao ambiente político ainda algo tumultuado. Com isso, as expectativas econômicas continuam a se deteriorar.

O Banco Central tem relativizado a frustração com a evolução da atividade, atribuindo o rebaixamento das expectativas econômicas a choques adversos observados no ano passado. Num contexto de balanço “simétrico” de riscos, a autoridade tem sinalizado que o juro básico permanecerá estável por um período prolongado.

Para a LCA, a reunião do Copom desta quarta-feira revelará se essa avaliação oficial do balanço de riscos se alterou. “Se reconhecer que algo mais persistente está dificultando a retomada da atividade, o Banco Central estará dando uma sinalização de que poderá, mais adiante, voltar a flexibilizar a política monetária”. diz a LCA.

Diante desse cenário, a consultoria avalia que um corte da taxa básica de juros parece viável. A economia mundial não deverá ajudar a retomada brasileira; a política fiscal será fator de contenção da demanda agregada por bastante tempo; e o persistente bom comportamento das medidas de tendência da inflação sugere que há espaço para reforçar os estímulos monetários.

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