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Resiliência de bancos brasileiros será testada, dizem Moody’s e Fitch

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As agências de classificação de risco Moody’s e Fitch Ratings preveem, em relatórios publicados ontem (18), que os impactos de coronavírus vão gerar prejuízos para bancos brasileiros, tanto grandes quanto de médio porte. Enquanto a Moody’s acredita que as taxas de juros cada vez mais baixas – a Selic caiu para 3,75% a.a. ontem após reunião do Copom – diminuem a lucratividade, enquanto o Fitch diz que a pandemia testará a “resiliência dos bancos.”

Algumas medidas, como a redução temporária do buffer de conservação de capital (CCB) pelo Conselho Monetário do Brasil (CMN), destacam “riscos de potencial deterioração rápida dos bancos”, diz a Moody’s. “ As taxas de juros já baixas do Brasil, combinadas com uma moderação esperada no volume de negócios, também prejudicam a lucratividade dos bancos.”

A firma acredita que o crescimento “ajudou os bancos a manter a lucratividade em meio a baixas taxas de juros e concorrência. No entanto, esses empréstimos vencem em um ambiente econômico muito menos favorável”. Bancos de médio a pequeno porte serão mais afetados com a desaceleração da economia. 

Já a Fitch acredita que instituições financeiras “provavelmente sofrerão deterioração na qualidade e rentabilidade dos ativos” com o avanço da epidemia no país. Analistas creem que a provável queda no PIB pode deteriorar a qualidade dos ativos do sistema bancário.

As medidas de isolamento para conter o contágio devem pesar no PIB, já que dois terços dele estão ligados ao setor de serviços. Bancos de médio porte devem ser os mais afetados, já que se concentram no segmento de Pequenas e Médias Empresas, “mais sensíveis a problemas.”