Criminosos incendeiam creche e mais uma subestação de energia no Ceará

Novos ataques criminosos foram registrados em diferentes cidades do Ceará, entre a noite desta segunda-feira (21) e a madrugada de hoje (22), 21º dia de atentados contra ônibus, veículos, prédios públicos, estabelecimentos bancários e edificações em vias públicas.

Uma unidade de ensino que atende crianças a partir de 1 ano foi incendiada por volta das 23 horas de ontem, no bairro Toco, em Caucaia, a cerca de 20 quilômetros da capital, Fortaleza. A escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental Maria Corina Arruda conta com creche e pré-escola, além do ciclo fundamental completo, funcionando em prédios anexos.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, as chamas atingiram uma sala de aula da creche, destruindo o mobiliário e parte do material de ensino das crianças, além de outros equipamentos. O fogo foi contido antes que se espalhasse, mas na sala onde começou, o teto desabou. A secretaria estuda se será necessário adiar o início das aulas, previsto para o dia 8 de fevereiro, para consertar os danos.

Esta foi a terceira escola incendiada em apenas 24 horas. Entre a noite de domingo (20) e a madrugada de segunda-feira (21), duas escolas da cidade de Itarema, a cerca de 200 quilômetros a noroeste de Fortaleza, foram alvos da ação criminosa de pessoas não identificadas. As unidades de ensino incendiadas foram a Escola Municipal Geralda Bonifácio Rodrigues, no bairro Saquiim e o Liceu José Maria Monteiro, também é público e fica no distrito de Almofala.

Em  Fortaleza, bandidos atacaram com um artefato explosivo, esta madrugada, uma subestação da distribuidora de energia elétrica Enel, incendiando-a. A subestação do bairro Vila Pery foi a segunda atingida nas últimas 24 horas.

Ataque

Até ontem, 404 suspeitos de participar dos ataques orquestrados já tinham sido presos ou apreendidos (no caso de suspeitos com menos de 18 anos de idade), segundo a Secretaria estadual de Segurança Pública e Defesa Social. O número de ocorrências já passa de 280 desde o início dos ataques a ônibus, veículos, prédios públicos, estabelecimentos bancários e edificações em vias públicas no último dia 2.

Segundo autoridades estaduais e especialistas em segurança pública, pode ser uma reação de facções criminosas à nomeação do secretário de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, e ao anúncio de medidas para reforçar a segurança nos presídios, como a não separação de presos em presídios por facção.

Para tentar conter os ataques, o governo estadual convocou cerca de 1.200 policiais militares da reserva para voltarem ao serviço.

No dia 4, o governo federal autorizou o envio de agentes da Força Nacional de Segurança Pública para auxiliar no combate aos ataques. No dia 13, o governador Camilo Santana (PT) sancionou leis que facilitam a adoção de medidas como a convocação dos militares reservistas; o pagamento a quem fornecer informações que resultem na prisão de bandidos ou evitem ataques criminosos no estado, entre outras.

Nesta semana, devem começar a chegar  os primeiros integrantes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária, subordinada ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Por razões de segurança, o órgão não informa quantos agentes prisionais serão cedidos por outros estados para integrar o grupo especial no Ceará.