A reunião coordenada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Itamaraty, com oposicionistas e críticos do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, além de representantes de países do Grupo de Lima e dos Estados Unidos, durou cerca de seis horas. Após o encontro, eles almoçaram.
A conversa, a portas fechadas, ocorreu no dia seguinte ao encontro dos presidentes Jair Bolsonaro e da Argentina, Mauricio Macri.
Em discussão, alternativas para a crise política e econômica que se instalou na Venezuela, gerando desabastecimento, fuga de famílias e denúncias de violação de direitos. Para líderes internacionais, o governo de Maduro não tem legitimidade, pois há dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral.
Em declaração à imprensa após a reunião de ontem (16) com Bolsonaro, no Palácio do Planalto, Macri disse que os governos brasileiro e argentino compartilham preocupação com a situação dos venezuelanos. De acordo com Macri, Bolsonaro e eles reafirmaram a condenação ao que chamaram de “ditadura de Nicolás Maduro”.
“A comunidade internacional já se deu conta: Maduro é um ditador que busca se perpetuar no poder com eleições fictícias, encarcerando opositores e levando os venezuelanos a uma situação desesperadora”, afirmou Macri. “Reiteramos que reconhecemos a Assembleia Nacional como a única instituição legítima na Venezuela, eleita democraticamente pelo povo venezuelano”, completou o presidente argentino.
Parlamento
Há dois dias, a Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela aprovou um acordo, classificado de histórico pelos parlamentares, em que é declarada “formalmente a usurpação da Presidência da República” por Nicolás Maduro. A moção estabelece ainda a anulação de “todos os supostos atos emanados do Poder Executivo”.
A decisão foi tomada após a prisão e libertação do presidente do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, um dos principais opositores de Maduro.
Grupo de Lima
No começo do mês, integrantes do Grupo de Lima, com exceção do México, aprovaram uma declaração em defesa da tomada do poder pelo Parlamento da Venezuela, promovendo eleições imediatas e afastando Maduro do governo.