A curva dos juros futuros termina abril com uma inclinação negativa menor, reflexo da valorização do dólar ao longo das últimas semanas, o que puxou os retornos dos contratos de prazo mais longo.
O diferencial entre os vencimentos de 2027 e 2024 passou de -86 pontos a -75 pontos. Nesta sexta-feira (29), as taxas oscilaram em margens muito estreitas, à medida que o mercado se prepara para a semana em que serão definidas as trajetórias das políticas monetárias do Brasil e dos Estados Unidos.
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 passou de 13,033% na quinta-feira a 13,030% nesta sexta-feira. O janeiro 2024 cedeu de 12,587% a 12,58%. O janeiro 2025 foi de 12,011% a 12,030%. E o janeiro 2027 caiu de 11,835% a 11,83%.
Penalizando em especial o mercado global de ações, o mês de abril também foi marcado por uma robusta valorização do dólar ao redor do planeta, com efeitos aqui dentro. A perspectiva de aceleração do aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), ante a resiliência dos preços, foi o condutor desse movimento.
Nem mesmo o atrativo diferencial de juro conseguiu segurar o real das perdas. O conflito entre instituições no Brasil deu um tempero adicional à alta da moeda americana ante a doméstica, que foi de 3,81% no mês.
No mercado de juros, essa subida do câmbio trouxe para cima os vencimentos de prazo mais longo. Além disso, a inflação doméstica dá sinais também de resistência, a despeito de surpresas pontuais como a do IPCA-15 esta semana. Para o Copom da semana que vem, o BC deixou claro que a Selic vai a 12,75%, mas há dúvidas se essa será a última alta.
*Com informações do Estadão Conteúdo