Sob efeitos da pandemia

Custo de vida pode variar até 14% nas cidades brasileiras, aponta Mercer

Estudo analisou dezessete cidades do país

- Andre A. Xavier via Unsplash
- Andre A. Xavier via Unsplash

O custo de vida nas cidades brasileiras pode variar até 14%, segundo a pesquisa Custo de Vida Nacional, realizada pela Mercer.

O estudo analisou, em dezessete cidades brasileiras, dez categorias diferentes de serviços: cuidados pessoais, esportes e lazer, refeições em casa e fora de casa, roupas e calçados, serviços de utilidade pública, serviços domésticos, álcool/ tabaco, suprimentos domésticos e transporte. E utiliza a cidade de São Paulo/SP como referência pelo fato de a metrópole ser o maior centro comercial do país.

A pesquisa revela que os serviços domésticos, que incluem itens como diária para limpeza, babá e serviços de lavanderia, são os que mais pesam no orçamento.

Porto Alegre/RS desponta como a cidade mais cara nesta categoria, com custo de vida 7% maior que em São Paulo. Fortaleza/CE e Recife/PE registram um custo menor nesta categoria sendo 34% abaixo da média paulista.

A cidade do Rio de Janeiro (RJ) apresenta, na categoria "refeição fora de casa", custo 4% maior que o praticado na capital paulista. Fortaleza, na outra ponta, apresenta o menor custo nessa categoria (-32%).

Seguindo o ranking, a capital carioca também lidera como a cidade mais cara nas categorias cuidados pessoais e roupas e calçados, nos dois casos com valores 11% acima dos praticados em São Paulo. Nesse tópico, Campo Grande/MS é a mais barata (-25%).

Serviços de utilidade pública, que inclui itens como energia elétrica e telefonia, podem variar em até 30%, entre a cidade mais barata e a mais cara. A cidade de Curitiba/PR é mais cara (28%), seguida por Fortaleza (20%), Rio de Janeiro (18%), Belo Horizonte/MG e Campo Grande/MS (17%). A cidade menos dispendiosa apontada foi Camboriú/SC (-2%).

Goiânia/GO, aparece como a cidade mais cara (15%) na categoria de suprimentos domésticos, que inclui itens como máquina de lavar roupas, micro-ondas, geladeira, ferro elétrico entre outros. Em contrapartida, Recife/PE e Campinas/SP estão listadas como as cidades mais baratas (ambas 6%).

Fechando o ranking, a categoria transporte, que analisa desde preço de veículos 0KM, como valor do transporte público, litro da gasolina, IPVA, tarifa de taxi, e itens de seguro e manutenção automobilística, traz a cidade de Porto Alegre/RS como a mais cara (6%), e Campinas/SP a mais barata (-2%).

O levantamento surgiu da demanda crescente das empresas, principalmente após a pandemia, para obter dados relativos ao poder de compra em diferentes cidades do país, que servem de base para elaboração ou equalização de pacotes de remuneração de profissionais transferidos e/ou contratados em outras regiões.

"Para a realização da pesquisa nacional, 'tropicalizamos' a cesta de produtos da nossa pesquisa global, mantendo as mesmas premissas, categorias e metodologia", explica Inaê Machado, líder de Mobilidade Nacional e Internacional na Mercer Brasil.

"Procuramos considerar uma abordagem justa, neutra e o mais simples possível. Cada cidade é avaliada usando as mesmas mercadorias e marcas, por exemplo, para fornecer esta comparação de custos de maneira assertiva", conclui.