O que influencia o dia

Dados dos EUA, Rússia vs. Ucrânia, petróleo e IBrX: veja as principais notícias de hoje (17)

Fique por dentro dos cinco principais assuntos que movimentarão os mercados em todo o mundo nesta terça-feira

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Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – Os dados de vendas no varejo dos EUA para abril e sua importância para a política do Federal Reserve devem dominar pelo menos a primeira parte do dia.

Os ganhos e a orientação do Walmart (NYSE:WMT) (SA:WALM34) e da Home Depot (NYSE:HD) (SA:HOME34) também esclarecerão a força, ou não, do consumidor dos EUA.

Elon Musk ofusca em uma tentativa de reduzir o preço de sua aquisição do Twitter, e faz com que as ações do Twitter (NYSE:TWTR) (SA:TWTR34) caiam ainda mais e as ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) saltem.

Os defensores da siderúrgica Azovstal na Ucrânia depuseram as armas e encerraram a mais longa batalha da guerra da Rússia na Ucrânia, e os preços do petróleo atingiram uma alta de sete semanas com o aumento da confiança na reabertura de Xangai.

Empresas brasileiras em processo de recuperação.

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na terça-feira, 17 de maio:

1. Vendas no varejo podem influenciar o Fed?

O consumidor dos EUA ainda está gastando, ou a inflação e a possível desaceleração econômica pela frente já mataram o desejo de sair e se divertir em um mundo sem lockdowns?

Todos seremos um pouco mais sábios às 9h30, quando os EUA divulgarem os números de vendas no varejo de abril.

Espera-se que as vendas tenham aumentado 0,9%, o que seria o aumento mais forte em três meses, enquanto as vendas principais devem ter crescido apenas 0,4%, que seria o aumento mais fraco em quatro meses.

Com previsões como essa, qualquer número de interpretações deve ser possível. Felizmente, haverá um punhado de palestrantes do Federal Reserve no decorrer do dia para nos informar se os números mudaram alguma coisa (há uma pitada de esperança no ar de que um número ruim convencerá o Fed a facilitar a frente de aperto da política).

O presidente do Fed, Jerome Powell, é a manchete às 15h, enquanto James Bullard e Patrick Harker serão os atos de aquecimento e Loretta Mester e Charles Evans serão seus anfitriões para a pós-festa.

2. Recuperação das empresas brasileiras

Os investidores continuam mais seletivos nas suas escolhas de investimentos. Das 100 ações que compõem o IBrX, 64 acumulam quedas desde 2021, sendo que somente neste ano, 49 mostram desvalorização, segundo o Valor Econômico.

Desde o ano passado, o IBrX acumula uma queda de 8,04%, mas desde o início de 2022, o índice ganha 3,52%.

Entre as principais ações que registram perdas desde o começo de 2021 estão as varejistas Magazine Luiza (SA:MGLU3), Via e Americanas, com desvalorizações de 82,15%, 81,93% e 68,01%, respectivamente.

Segundo Igor Lima, sócio e gestor de ações da Trafalgar Investimentos, esses papéis correspondem a empresas de crescimento, o que quer dizer que o preço dessas ações correspondem à expectativa futura dessas companhias.

Com o juros e a inflação mais elevados, o cenário mais arriscado penaliza esses ativos.

Apesar disso, esse mesmo contexto beneficia algumas empresas, como a SLC Agrícola (SA:SLCE3), a Braskem (SA:BRKM5) e a Petrobras (SA:PETR4), que acumulam altas de 135%, 111% e 72%, respectivamente, desde o início do ano passado.

Essas companhias ganham com a valorização da commodities, que devem permanecer em patamares elevados por mais tempo.

Às 08h22, o ETF EWZ avançava 1,61%, a US$ 32,87, no pré-mercado americano.

3. Ações americanas devem abrir em alta com esperanças de reabertura de Xangai

As ações dos EUA devem abrir em alta, à medida que as preocupações com o crescimento global diminuem em resposta às notícias de que Xangai deu um passo mais perto de suspender um bloqueio de dois meses.

Os dados de vendas no varejo também serão verificados no nível corporativo com os resultados do Walmart e da Home Depot, que devem ser antecipados.

Às 08h14, os futuros da Dow Jones subiam 1,24%, enquanto os da S&P 500 e da Nasdaq 100 ganhavam 1,54% e 1,84%, respectivamente.

Elon Musk disse que seu acordo com o Twitter só pode prosseguir se a empresa de mídia social puder provar suas estimativas sobre usuários falsos e de spam. O CEO do Twitter, Parag Agrawal, postou um longo tópico na segunda-feira explicando por que isso é, para todos os efeitos práticos, impossível.

Musk afirmou, por meio do site de microblog (não por meio de um arquivamento da SEC, é claro), “20% de contas falsas/spam” como linha de base – cerca de quatro vezes o que o Twitter diz.

Ele acrescentou que o número “poderia ser muito maior”.

A notícia fortaleceu as suspeitas de que Musk pode estar procurando uma desculpa para desistir do acordo, de preferência sem acionar a taxa de rompimento de US$ 1 bilhão com a qual ele concordou.

As ações do Twitter caíram 2,6% no pré-mercado, enquanto as ações da Tesla, que atingiram uma baixa de nove meses na segunda-feira, subiram 3,7%.

4. Projeto de lei de ajuda à Ucrânia

Soldados ucranianos que defendiam a siderúrgica Azovstal em Mariupol depuseram suas armas, permitindo que a Rússia completasse a conquista da cidade portuária no Mar Negro. Isso ocorre um dia depois que as tropas russas repeliram com sucesso um contra-ataque ucraniano na mesma região.

Em outros lugares, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse que se oporia à adesão à Otan para a Suécia e a Finlândia, devido ao fato de abrigarem seus oponentes políticos.

O pacote de ajuda de US$ 40 bilhões dos EUA para a Ucrânia avançou no Senado na segunda-feira, aprovando um projeto de lei processual por 81 a 11, apesar da oposição de alguns senadores republicanos.

A secretária do Tesouro, Janet Yellen, ecoou alguns de seus sentimentos na terça-feira ao pedir que a Europa aumente sua ajuda à Ucrânia.

5. Petróleo atinge alta de 7 semanas com esperanças de Xangai

Os preços do petróleo bruto atingiram uma alta de sete semanas quando Xangai completou o terceiro dia consecutivo sem detectar novos casos de covid-19 em sua área de quarentena, reforçando a confiança de que pode suspender o bloqueio em junho, conforme sinalizado pelas autoridades locais.

Às 08h17, os futuros de petróleo nos EUA subiam 0,80%, a US$ 112,72 o barril, enquanto os de Brent avançavam 0,85%, a US$ 115,21.

Os preços também foram apoiados por reportagens sugerindo que a Opep e seus aliados haviam bombeado 2,6 milhões de barris por dia a menos do que o planejado em abril, já que as sanções à indústria petrolífera russa agravaram os problemas de subinvestimento em outros membros do bloco.

A American Petroleum Industry divulgará seus números de estoque semanais às 17h30, como de costume.