Desemprego sobe para 12% com mais procura por vagas; 12,7 milhões buscam emprego

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A taxa de desemprego, de 12,0% no trimestre móvel encerrado em janeiro de 2019, subiu 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2018 (11,7%). Em relação ao mesmo trimestre móvel do ano anterior, quando a taxa foi estimada em 12,2%, houve estabilidade. A alta do desemprego pode ser explicada pelo maior número de pessoas procurando vagas, como o IBGE define os desempregados, o que pode ser um reflexo da melhora das expectativas da economia.

No trimestre de novembro de 2018 a janeiro de 2019, havia 12,7 milhões de pessoas desocupadas no Brasil. Este contingente subiu 2,6% (mais 318 mil pessoas) frente ao trimestre de agosto a outubro de 2018. No confronto com igual trimestre do ano anterior, a estimativa ficou estável.

Já a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial) foi de 24,3% no trimestre encerrado em janeiro de 2019, com estabilidade ao trimestre anterior (24,1%) e aumento de 0,4% ponto percentual no confronto com o mesmo trimestre móvel de 2017-2018 (23,9%).

A população ocupada (92,5 milhões) caiu -0,4% (menos 354 mil pessoas) em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2018 e cresceu 0,9% (mais 846 mil pessoas) em relação ao trimestre de novembro de 2017 a janeiro de 2018.

A taxa de subutilização da força de trabalho (24,3%) no trimestre encerrado em janeiro de 2019 apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior (24,1%). No confronto com o mesmo trimestre móvel do ano anterior (23,9%), houve aumento de 0,4 ponto percentual.

A população subutilizada (27,5 milhões) ficou estável em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2018 (27,3 milhões). Em relação ao mesmo trimestre de 2017 (26,8 milhões), esse grupo cresceu 2,5% (mais 671 mil pessoas).

O número de pessoas desalentadas (4,7 milhões) ficou estável em relação ao trimestre agosto a outubro de 2018 e subiu 6,7% em relação ao mesmo trimestre móvel do ano anterior (4,4 milhões). O percentual de pessoas desalentadas (4,3%) ficou estável em relação ao trimestre anterior e variou 0,2 ponto percentual contra o mesmo trimestre móvel do ano anterior (4,1%).

Menos trabalhadores com carteira assinada

O número de empregados no setor privado com carteira assinada (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 32,9 milhões de pessoas, ficando estável em ambas as comparações. Já o número de empregados sem carteira assinada (11,3 milhões) caiu (-2,8%) na comparação com o trimestre anterior (menos 321 mil pessoas). Em relação ao mesmo trimestre de 2017, subiu 2,9%, um adicional de 320 mil pessoas. A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,9 milhões) cresceu 1,2% na comparação com o trimestre anterior (mais 291 mil pessoas) e 3,1% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (mais 719 mil pessoas).

O rendimento médio real habitual (R$ 2.270) cresceu 1,4% frente ao trimestre anterior e ficou estável em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. A massa de rendimento real habitual (R$ 205 bilhões) ficou estável em ambas as comparações.

Recuperação reduz ritmo, diz consultoria

Para a Rosenberg Associados, a recuperação do mercado de trabalho moderou ainda mais seu ritmo de melhora no trimestre encerrado em janeiro. A queda é menos intensa que a observada na comparação interanual do trimestre encerrado em dezembro. Outra forma de observar a perda de dinamismo é verificar a evolução da população ocupada e desocupada: a primeira registra a menor expansão interanual desde jul/17, enquanto a segunda teve a menor contração desde dezembro de 2017.

A consultoria observa que, em termos de qualidade dos empregos, continua observando retração do emprego com carteira assinada do setor privado, na mesma magnitude do trimestre anterior. O maior ímpeto de crescimento da população ocupada veio do trabalho por conta própria e do setor privado sem carteira assinada. De maneira geral, a evolução do mercado de trabalho segue em linha com a recuperação da atividade econômica gradual, continuando, também, a disparidade com relação aos dados do Caged, de emprego formal. Conforme a recuperação da economia avance, todavia, espera-se uma melhora maior do mercado de trabalho retratado pela Pnad, não apenas quantitativa como, também, qualitativa.

Emprego deve piorar no trimestre e levar BC a analisar juros

Segundo a Rosenberg, sazonalmente, espera-se deterioração da taxa de desocupação ao longo do primeiro trimestre. Todavia, o ritmo de expansão da população ocupada recuou e a queda da população ocupada, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, arrefeceu – ambos movimentos presentes desde meados do ano passado. A recuperação do mercado de trabalho, portanto, parece estar perdendo tração – algo que deverá ser monitorado atentamente pelo Banco Central em suas próximas reuniões. Caso a evolução do mercado de trabalho não se intensifique, novos cortes de juros poderão ser requeridos a fim de se garantir a convergência da inflação para a meta em 2019 e 2020.

Para 2019, a Rosenberg espera uma queda da taxa de desocupação de 0,5 ponto percentual em relação à de 2018, mais forte que a verificada em 2018 contra 2017 (0,4 p.p.).

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