Dívida estudantil pode perdurar por décadas: EUA e Brasil são exemplos

Saiba as diferenças entre como os Estados Unidos e o Brasil lidam com a questão dos acúmulos das dívidas estudantis

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A questão da dívida estudantil está se tornando um problema não apenas para jovens dos Estados Unidos, mas também para americanos mais velhos, como demonstrado recentemente em uma manifestação em Washington.  

Problema da dívida estudantil para mutuários acima de 50 anos

Segundo o MarketWatch, mutuários com 50 anos ou mais viajaram até a capital para destacar suas lutas com dívidas estudantis. Em muitos casos as suas contas remontam há décadas. 

Esses mutuários reclamam de diversas dificuldades adicionais, como menos tempo de vida profissional para pagar suas dívidas, o que impacta diretamente suas chances de se aposentarem de maneira segura.  

A dívida estudantil, para eles, vai além de simples números — ela limita suas opções de poupança e investimentos, como para a aposentadoria ou pagamento de hipotecas. 

A manifestação foi organizada pelo Debt Collective, uma organização ativista que defende o cancelamento da dívida estudantil. Um dos focos da organização é ajudar para tomadores com dívidas de mais de uma década.  

Diferenças entre dívida estudantil no Brasil e EUA

A administração Biden já propôs alívios que podem beneficiar essa população, como a aprovação de US$ 167 bilhões em cancelamento de dívidas para mutuários com mais de 20 anos de pagamentos. 

Esse problema não é restrito para os Estados Unidos. Tanto lá quanto aqui no Brasil, a dívida estudantil não se limita a jovens recém-formados, com muitos carregando essa carga por décadas. 

Nos EUA, a dívida estudantil chega a ser uma das principais causas de inadimplência. Em 2021, as dívidas totais relacionada à educação nos Estados Unidos atingiu US$ 1,6 trilhão.

Negociações de dívidas

No Brasil, os beneficiários do FIES, especialmente aqueles que não conseguem se inserir rapidamente no mercado de trabalho, também sentem o peso financeiro. O governo brasileiro informou que o valor das dívidas em atraso é de R$ 6,6 bilhões.  

Mas a maior diferença entre os dois países é a abordagem quanto à renegociação de dívidas. Por mais que a administração Biden tem proposto o perdão de dívidas para milhões de mutuários, a medida enfrenta resistência legal.  

Inclusive, um programa de cancelamento de dívidas estudantis impactaria mais de 25 milhões de tomadores de empréstimo. Porém, o tribunal federal bloqueou a medida no início do mês de setembro.  

No Brasil, programas como o Desenrola FIES têm sido implementados para oferecer renegociação com descontos de até 99%, dependendo do perfil do devedor.  

O último balanço do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), mostrou que 351.696 contratos foram renegociados até setembro – resultando na recuperação de R$ 677 milhões para os cofres públicos.