
ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:
- Fechamento: Dólar comercial (compra) encerra em alta de 0,61%, cotado a R$ 5,752.
- – 9:18: Dólar comercial (compra): -0,08%, cotado a R$ 5,713.
Na sessão anterior…
Na última sexta-feira (21), o dólar comercial (compra) se valorizou em 0,73%, cotado a R$ 5,717.
O que influencia o dólar?
A proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de tributar dividendos enviados ao exterior pode afetar a atratividade do Brasil para investidores estrangeiros e impactar a cotação do dólar. Caso o mercado financeiro local interprete a medida como negativa, a moeda norte-americana pode subir.
Nos Estados Unidos (EUA), a manutenção dos juros no intervalo entre 4,25%–4,5% e as incertezas sobre a economia norte-americana influenciam o fluxo de capitais.
Se o Federal Reserve (FED) sinalizar novos cortes de juros, o dólar pode se enfraquecer globalmente.
A política monetária do Brasil pesa. A ata do Comitê de Política Monetária (COPOM), a ser divulgada na próxima terça-feira (25), vai ser observada de perto para entender a trajetória da taxa básica de juros Selic.
Se houver expectativa de cortes mais rápidos, o real pode perder força e impulsionar o dólar.
Além disso, o mercado financeiro aguarda maior clareza sobre a implementação das tarifas comerciais recíprocas de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (EUA), que podem impactar o comércio global e provocar volatilidade no câmbio.
Brasil
Nesta segunda-feira (24), o mercado financeiro local observa o relatório semanal Boletim Focus, do Banco Central (BC), que reúne projeções para IPCA (inflação), PIB (crescimento), Selic (juros) e dólar (câmbio) nos anos de 2025, 2026, 2027 e 2028.
LEIA MAIS: Focus reduz projeções para dólar, inflação e PIB em 2025
Novas medidas do governo Lula
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara uma nova linha de crédito para pequenas reformas e quer ampliar o financiamento habitacional para famílias de classe média com renda de até R$ 12 mil, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
Os programas contarão com R$ 18,130 bilhões do Fundo Social do pré-sal, reservados no Orçamento – que, por sua vez, não convenceu o mercado financeiro ao prever um superávit de R$ 15 bilhões.
O cálculo desconsidera despesas como o Pé-de-Meia, previsto em R$ 1 bilhão, mas com custos que podem chegar a R$ 15,50 bilhões e anular o saldo positivo.
A política expansionista do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preocupa o mercado, que prevê déficit primário de R$ 70 bilhões, mesmo com o apoio mais assertivo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP).
O mercado financeiro questiona previsões otimistas de arrecadação e mantém dúvidas sobre o sucesso da reforma da renda, especialmente diante da resistência à taxação de dividendos.
Existem receios de que a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês não seja compensada, enquanto a renúncia fiscal pode ser maior do que o estimado.
O impacto fiscal da isenção preocupa, pois cálculos indicam perda de arrecadação de R$ 34 bilhões, acima dos R$ 25,8 bilhões previstos pelo Ministério da Fazenda.
Além disso, o mercado acredita que a liberação de recursos via crédito consignado privado pode pressionar a inflação e pode exigir juros altos por mais tempo.
EUA
Nesta segunda-feira (24), o mercado norte-americano acompanha a divulgação do Índice de Atividade Nacional do Federal Reserve (FED), referente a fevereiro, assim como o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de Serviços, Indústria e Composto, em sua prévia de março.
Além disso, alguns dirigentes do Federal Reserve discursam. São eles: Raphael Bostic e Michael Barr.
Tarifas no radar
Com a aproximação das tarifas recíprocas de Donald Trump, prevista para 2 de abril, o cenário externo preocupa, mas ele pode restringir a lista aos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos (EUA).
Setores como automóveis, semicondutores e remédios podem ficar fora das tarifas, de acordo com fontes do Wall Street Journal.
Uma possível reaproximação entre China e EUA surgiu após o premiê chinês, Li Qiang, defender o diálogo entre os países no Fórum de Desenvolvimento da China.
Economistas temem que as políticas comercial e migratória de Donald Trump desacelerem o crescimento e elevem a inflação – o que aumentaria a incerteza sobre os juros nos Estados Unidos (EUA).
Mesmo após o discurso confiante de Jerome Powell, dirigentes do FED, como John Williams e Austan Goolsbee, alertam para a necessidade de cautela diante das incertezas.
A Capital Economics avalia que a falta de clareza nas políticas do governo Donald Trump dificulta a orientação do Federal Reserve (FED) e mantém ceticismo sobre cortes de juros neste ano.
Tensão geopolítica
EUA e Irã – O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos (EUA), Mike Waltz, afirmou que o Irã deve desistir de obter armas nucleares e destacou que “todas as opções estão sobre a mesa“.
EUA e Canadá – O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, convocou eleições no País para o dia 28 de abril, em meio a incertezas políticas e econômicas, sobretudo com a adoção de tarifas a produtos exportados aos Estados Unidos (EUA) pelo governo Donald Trump.
Israel e Hamas – O exército israelense atacou o maior hospital no sul de Gaza na noite do último domingo, 23 de março, apenas um dia após o comunicado conjunto de Alemanha, França e Reino Unido, que pediu o retorno imediato e urgente ao cessar-fogo na região.
Rússia e Ucrânia – Drones russos atacaram uma área residencial de Kiev no último domingo, 23 de março, enquanto autoridades da Ucrânia, Rússia e Estados Unidos (EUA) se preparam para um encontro em Riad.
Europa
Zona do Euro – O Índice de Gerentes de Compras (PMI) composto da Zona do Euro subiu de 50,2 em fevereiro para 50,4 pontos em março – o maior nível em sete meses, mas abaixo da previsão de 51,0 pontos.
No setor industrial, o PMI avançou de 47,6 para 48,70 pontos – acima das projeções de 48,2 pontos e o maior patamar em 26 meses.
Já no setor de serviços, o PMI recuou de 50,6 para 50,4 pontos – o menor nível em quatro meses e frustrou a expectativa de alta para 51,0 pontos.