Economia

DÓLAR HOJE - Pessimismo com o fiscal após anúncio de cortes e isenção de IR influencia o câmbio, em dia de feriado nos EUA

Na última quarta-feira, 27 de novembro, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 1,80%, cotado a R$ 5,912. Esse foi o maior valor nominal da história

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Na última quarta-feira, 27 de novembro, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 1,80%, cotado a R$ 5,912. Esse foi o maior valor nominal da história.

O que influencia a moeda?

O mercado de câmbio reage ao pacote de corte de gastos de R$ 70 bilhões anunciado por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, na noite da última quarta-feira (27).

O plano inclui um novo imposto para rendas acima de R$ 50 mil mensais, mudanças na aposentadoria de militares e redirecionamento de emendas ao SUS, com impacto estimado de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2026.

Brasil

Nesta quinta-feira (28), o mercado financeiro local observa o Índice de Preços ao Produtor (IPP), a ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além disso, investidores digerem o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Após anunciar um pacote de corte de gastos de R$ 70 bilhões, o governo faz uma coletiva de imprensa para detalhar a medida. No evento, estarão presentes os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil).

Coletiva de imprensa sobre corte de gastos

Acompanhe a coletiva de imprensa da equipe econômica liderada por Fernando Haddad para detalhar o plano de corte de gastos:

Pacote fiscal de corte de gastos

Na última quarta-feira (27), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), fez um pronunciamento, em rede nacional por meio da transmissão de televisão e rádio, referente às medidas que serão adotadas pelo governo para economizar até 2026.

O anúncio foi marcado por um tom político e sem muitos detalhes claros sobre como o governo vai alcançar a economia de R$ 70 bilhões para equilibrar as contas públicas.

O destaque foi a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais, medida antecipada de uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022 – o que gerou impacto no mercado e fez o dólar disparar para R$ 5,914 e provocou quedas na Bolsa.

Para compensar a renúncia fiscal, Haddad anunciou uma tributação maior para rendas acima de R$ 50 mil mensais, com alíquotas progressivas entre 5% e 10%.

No discurso, Haddad não citou como vai ser a mudança no cálculo do reajuste do salário mínimo, agora limitado a 2,5% acima da inflação, e a restrição do abono salarial a quem recebe até 1,5 salário mínimo.

Outros anúncios incluíram o redirecionamento de metade das emendas parlamentares para a Saúde e ajustes nas regras de aposentadoria dos militares.

A reação do mercado foi negativa, com preocupações sobre o impacto fiscal da isenção do IR e a falta de detalhamento das medidas de ajuste.

Para o economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, o sequestro do protagonismo do plano de contenção de gastos pela agenda de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil mensais “foi um tiro no pé”.

Todos à espera de ajuste fiscal e então nasce com ele uma proposta de mais isenções. A ver como se desenha a compensação.

IGP-M

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 1,30% em novembro, de 1,52%, e acumulou +5,55% no ano e +6,33% nos últimos doze meses.

As informações são do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e foram divulgadas nesta quinta-feira (28).

Em novembro de 2023, o IGP-M havia apresentado aumento de 0,59% no mês e acumulava queda de 3,46% em doze meses.

A alta foi foi influenciada por commodities agropecuárias.

EUA

Nesta quinta-feira (28), o mercado norte-americano não opera em razão do feriado de Ação de Graças (Thanksgiving).