Alta do dólar

Dólar sobe com exterior e persistentes ruídos locais

Noticiário do mercado doméstico também colabora para manter um clima de conservadorismo

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Por José de Castro, da Reuters – O dólar devolveu a queda da véspera e fechou em alta contra o real nesta quinta-feira (16), impulsionado sobretudo pelo rali global da moeda norte-americana, após dados melhores nos EUA aumentarem dúvidas sobre o momento de redução de estímulos pelo banco central norte-americano.

O noticiário do mercado doméstico também colaborou para manter um clima de conservadorismo, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), voltando a falar sobre a política de preços da Petrobras (SA:PETR4) e o nó em torno dos precatórios parecendo mais difícil de ser desatado.

Mas a curva da taxa de câmbio aqui acompanhou de forma quase colada a do dólar no exterior. A moeda norte-americana subia ante 31 de 33 pares de uma lista, reflexo da percepção de investidores de que a possibilidade de anúncio de corte de estímulos pelos EUA não parece esvaziada.

Isso porque dados de varejo norte-americano divulgados mais cedo deixaram para trás estimativas de queda ao mostrarem alta em agosto. Números mais fortes podem servir de base para o Fed avaliar que o apoio monetário não é mais necessário –o que, na prática, se traduziria em menor oferta de dólar, movimento que tende a exercer pressão de alta na moeda.

Analistas do banco norte-americano Wells Fargo, porém, ainda se mostram cautelosos sobre interpretar o relatório como evidência de nova alta duradoura nos gastos dos consumidores – que poderia reforçar tendências ascendentes para a inflação, fator que poderia levar o Fed a antecipar o corte de estímulo.

O BC dos EUA se reúne na semana que vem nos mesmos dias em que aqui o Copom também se encontra para decidir os rumos da taxa Selic. Fala recente do presidente do BC, Roberto Campos Neto –interpretada pelo mercado como indicação de alta menor dos juros–, fez preço no câmbio e puxou o dólar para cima.

No fechamento, o dólar à vista subiu 0,54%, a 5,2654 reais.

Na máxima, alcançada à tarde, a cotação bateu 5,2806 reais (+0,83%), mas ainda pela manhã a moeda havia alcançado um patamar próximo, de 5,2800 reais.

Na mínima, atingida ainda no começo dos negócios, a divisa recuou 0,10%, a 5,232 reais.

Lá fora, o índice do dólar saltava 0,4%, maior alta em quase um mês, que o levava ao maior patamar em quase três semanas.

Na quarta, o dólar no Brasil havia cedido 0,42%, a 5,237 reais.