A Semantic Web também é chamada de Web 3.0. Esta enumeração o coloca dentro das quatro gerações da Web conhecidas até hoje.
A Web 1.0 é chamada de web de documentários, onde os recursos são publicados sem qualquer processamento além da formatação e sem qualquer interação além de habilitar links de hipertexto.
Nesta geração da web, não há processo computacional que tome como objeto o documento, inspirado em determinada informação que especifique seu tipo, estrutura, termos ou conceitos.
Se você deseja implementar um processo automatizado, os únicos dados que você tem são o próprio conteúdo e as especificações do formato de transmissão.
A principal limitação enfrentada por essa abordagem é que a renderização executada não pode depender do que se sabe sobre o conteúdo. Deve ser um relatório e não um cartão de visita, deve mencionar alguns conceitos, seguir padrões de formatação.
Em outras palavras, a Web 1.0 realiza cegamente seu processamento, não o significado, levando em consideração apenas a codificação do conteúdo.
Surgiu então a ideia de enriquecer esses tratamentos com informações adicionais sobre o significado desses ingredientes para torná-los mais precisos e eficientes.
A questão então é como trazer conhecimento e penetrar nos processos. Neste ponto, surgem duas abordagens complementares.
No primeiro caso, os usuários são considerados parte do processo documental e seus conhecimentos e habilidades podem ser confiáveis. O desafio é permitir que eles agreguem informações ao conteúdo por meio de sua compreensão e interpretação.
Esse será o alvo da web 2.0, também conhecida como web do colaborador. Portanto, um site de fotografia depende de descrições escritas por internautas. Mas também podemos ver as coisas de maneira diferente.
Ao invés de ativar o internauta, é necessário equipar a máquina. Em vez disso, com base na interpretação humana, as ferramentas precisam representar tanto as informações relevantes disponíveis quanto a interpretação esperada do conteúdo.
Ter sucesso nessa dupla tarefa será o objetivo da web 3.0. Ele projeta ferramentas que podem representar e se beneficiar dessas informações e interpretações.
Por fim, o paradigma da inteligência ambiental nos leva a pensar a Web não como um conjunto de ferramentas, mas sim como componentes integrados a dispositivos e objetos ao nosso redor.
Esta é a web 4.0 ou a web simbiótica. Os objetos do ambiente se comunicam por meio de dispositivos da web que eles internalizam dentro de si.
Semântica
Se queremos representar o conhecimento, interpretar o conteúdo, que sentido e compreensão do significado devemos adotar?
Temos dois objetivos ou restrições: por um lado, ser capaz de explicar o significado de um conteúdo e, por outro lado, tornar essa explicação utilizável por meio do processamento do computador.
Várias abordagens são possíveis
• Uma abordagem psicológica onde o significado de um termo é sua representação mental. Concordar sobre a mesma coisa é ter a mesma representação mental dela.
Muitas vezes encontramos essa abordagem nas ciências cognitivas, onde o significado está na cabeça. Compreender o cérebro torna então possível compreender o que ele está pensando.
• Uma abordagem lingüística em que o significado de um termo consiste em sua expressão em outros termos. Essa abordagem é encontrada na lingüística, na semiótica, principalmente na semiótica das culturas que tratam do paradigma diferencial.
• Uma abordagem ontológica em que o significado de um termo é baseado no objeto que denota ou pode designar. Esta abordagem representativa refere-se ao constrangimento de ter uma compreensão do que existe ou pode existir no mundo para compreender o que significam as expressões de uma língua.
A forma sintática de um termo ou expressão que indica ou sugere que o significado de um termo é sua forma lógica, essencialmente (ontologicamente).
Especialmente se quisermos ter uma expressão que reflita fielmente a semântica, essa forma sintática deve ser explicada nos formalismos da lógica matemática. Em outras palavras, expressar o significado de um conteúdo equivale a traduzi-lo em um formalismo lógico.
Esta última abordagem apresenta muitos desafios. Mas, do ponto de vista da Semantic Web, é inegavelmente produtivo.
Explicar o significado é explicar a forma lógica, e a segunda é sintática, pois possibilita resolver de fato as duas dificuldades citadas acima, podendo ser utilizada com processamento computacional.
Considerando que o significado nada mais é do que uma reafirmação lógica do lógico, ou seja, que o significado só pode ser capturado reescrevendo-o logicamente, a abordagem formalista fornece à web 3.0 conteúdo científico, metodológico e técnico.
Portanto, no restante desta edição encontraremos apresentações de linguagens formalizadas como RDF, OWL. Porque são linguagens que terão a pesada tarefa de fazer sentido e serem utilizadas por ferramentas informáticas.
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