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Eletrobras (ELET3): qual a análise da Genial sobre possível venda de fatia na Isa Cteep (TRPL4)?

Valor a ser levantado seria de aproximadamente R$6 bilhões. Casa considera que esse recurso pode ser utilizado para novos projetos ou pagamento de dividendos

- REUTERS/Brendan McDermid
- REUTERS/Brendan McDermid

Segundo matéria do jornal Valor Econômico, a Eletrobras (ELET3)(ELET6) teria colocado à venda os 35,7% da fatia que possui do capital social da transmissora de energia ISA Cteep (TRPL4). Caso a venda esteja em curso, a Genial Investimentos avalia como algo positivo para a companhia.

Isso porque, para a casa, os recursos adquiridos com a venda podem ser utilizados para novos projetos ou pagamento de dividendos. “E tendo em vista o endividamento sob controle da Eletrobras, acreditamos que essa é uma destinação muito razoável”, comenta Vitor Souza, analista da Genial.

De acordo com as estimativas, o valor a ser levantado seria de aproximadamente R$6 bilhões.

Para ISA Cteep, ele não observa nenhuma alteração relevante em termos fundamentais. “Eletrobras e a ISA possuem fatias econômicas similares na CTEEP. Entretanto, é importante mencionar que o grupo ISA detém 89,5% das ações ordinárias da empresa. Sendo assim, não faz nenhum sentido esperar alguma alteração no bloco de controle da empresa e, consequentemente, na sua atual estratégia”, afirma.

Entretanto, o analista acredita que a depender da maneira que deve se dar o desinvestimento da Eletrobras na empresa, isso pode trazer uma pressão vendedora nas ações da empresa e fazer com que a performance das ações dela seja pressionada enquanto o deal não for concluído. 

“Ou seja, como não deve ter nenhuma mudança em termos fundamentais tanto na operação quanto no controle do grupo, achamos que essa eventual pressão vendedora nas cotações da empresa devem trazer uma janela de oportunidade para comprar as ações”, avalia o especialista.

Para o analista, com a concretização da venda, a Eletrobras pode fechar o ano com um endividamento líquido de R$31 bilhões e uma razão dívida líquida/EBITDA de 1,5x (vs R$37 bilhões e uma razão dívida líquida/EBITDA de 1,8x no cenário-base). 

Supondo que todos esses recursos sejam distribuídos no formato de proventos, o rendimento seria de aproximadamente 7% aos preços atuais em dividendos extraordinários, destaca.

“Com um endividamento sob controle, medidas de aumento de eficiência ganhando tração, ausência de projetos relevantes e um acionista relevante faminto por recursos (Governo Federal), faz muito sentido que a empresa passe a ser mais generosa no tocante ao pagamento de dividendos – assim esperamos”, concluí Souza.

Sobretudo, a ISA Cteep atua em dezessete estados e gerencia 21 mil quilômetros em linhas e torres voltadas à transmissão de energia. O tamanho de suas operações coloca a empresa na segunda colocação deste mercado, com um market share de 11% da Receita Anual Permitida (RAP) no Brasil.