353 empregados inscritos no Plano de Demissão Voluntária (PDV) da Eletrobras (ELET3)(ELET6) aberto em 2023 foram desligados em 31 de agosto, informou a ex-estatal na última sexta-feira (1°).
Na mesma noite, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu suspender o plano por quinze dias, mas a empresa do setor energético pode recorrer.
Entre os meses de junho e julho, 87 empregados inscritos no PDV já tinham deixado a companhia. A soma representa cerca de 30% dos 1.473 colaboradores inscritos no programa.
A empresa alega que a decisão deu-se se deu após avaliação da criticidade das funções desempenhadas pelos trabalhadores desligados e em plena observância da segurança das operações, sem comprometimento à prestação adequada do serviço público de transmissão e geração outorgado.
MME pediu suspensão de Plano de Demissão Voluntária. O que a empresa vai fazer?
Durante a semana passada, o Ministério de Minas e Energia (MME) havia pedido à empresa que avaliasse a suspensão do programa, uma vez que a pasta buscava examinar o “plano de ação para a prestação do serviço adequado e o plano de investimentos para os próximos anos, considerando a ausência da força de trabalho que pode ser desligada”.
Contudo, a ex-estatal declarou que, neste ano, não serão feitos desligamentos de profissionais que operam usinas e subestações de transmissão, ou que trabalham nas áreas de manutenção ligadas aos seus negócios e em seu centro de serviços compartilhados.
A companhia informou ter contratado 102 novos profissionais e mais 730 colaboradores serão convocados neste ano para as áreas de operação e manutenção das empresas do grupo.
“Mesmo nos casos em que os próprios profissionais requeiram sua saída antecipada, esses pleitos serão criteriosamente avaliados, inclusive quanto à necessidade de sua prévia substituição”, declarou a Eletrobras (ELET3)(ELET6).
Na avaliação da empresa, a manutenção do PDV não compromete “a prestação adequada do serviço público de geração e transmissão outorgado à companhia”.
De acordo com a companhia, segue-se, portanto, o quadro inalterado nas áreas de produção da operação e manutenção, com sólido plano de substituição dos profissionais que deixarem a companhia após dezembro deste ano.
Sobre a falta de energia em todo o País
A empresa declarou que, sobre a falta de energia que afetou o País no dia 15 de agosto, pode-se atribuir o evento à instabilidade verificada no Sistema Interligado Nacional (SIN), a qual se instaurou por razões diversas.
“A abertura da linha de transmissão da Eletrobras Chesf, que não guarda relação com fator humano, e, portanto, com o PDV em curso, foi caracterizada como “evento zero”, publicou.
A empresa lembrou que o planejamento setorial, calcado no critério “n-1”, foi o motivo pelo qual o desligamento intempestivo de uma linha de transmissão não deveria implicar corte de carga.