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Eletrobras (ELET3)(ELET6) salta mais de 4%, com gestos favoráveis à manutenção da privatização

Presidentes da Câmara dos Deputados e do TCU e ministro de Minas e Energia (MME) contrariam declarações críticas de Lula

- Antônio Cruz, Agência Brasil
- Antônio Cruz, Agência Brasil

Por volta de 11:40 desta terça-feira (28), as ações ordinárias de Eletrobras (ELET3) subiam 4,42%, a R$ 33,31, enquanto os papéis preferenciais classe B (ELET6) avançavam 3,92%, a R$ 36,06.

O movimento positivo sucede declarações de autoridades que asseguraram a não reversão do processo de privatização da companhia, em meio a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas últimas semanas.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já fez chegar à cúpula do governo sobre a indisposição da Câmara em discutir o assunto, informaram os jornalistas Basília Rodrigues e Gustavo Uribe, da CNN Brasil.

Lula comentou sobre a privatização da Eletrobras (ELET3)(ELET6) concretizada no ano passado e categorizou a operação de venda como um crime de lesa-pátria, em entrevista ao Brasil 247.

“Eles venderam por R$ 36 bilhões, esse dinheiro utilizado para pagar a dívida pública. Não existe sinais de que vai baixar o preço da energia para o povo brasileiro. E fizeram uma loucura: embora o governo tenha 40% das ações, participa das discussões apenas com 10% e se quiser comprar papéis, teria que pagar o triplo que seria desembolsado por uma empresa comum”.

“Não vai ficar por isso. Vamos entrar na Justiça em relação a isso. O salário dos diretores aumentou. O cidadão que está no conselho ganha R$ 200 mil para participar de uma reunião por mês”, indignou-se, na ocasião.

O ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD), disse na última segunda-feira (27) que o modelo de privatização da Eletrobras (ELET3)(ELET6) foi injusto e considera que o novo formato de corporação não atende ao mínimo de segurança estratégica.

Silveira ressaltou, no entanto, que a nova natureza jurídica da empresa está consolidada, mas que o governo tem o direito de judicializar a questão.

“Acho que quem tem 40% das ações não pode ter um conselheiro em nove. O modelo de corporação não atendeu, na minha opinião, o mínimo de segurança estratégica ao povo brasileiro”, disse no evento Arko Conference 2023, organizado pela empresa de análise política Arko Advice.

Já o ministro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), afirmou ser “legítimo” o governo Lula (PT) querer debater a revisão do processo de privatização, mas disse não ver “espaço” jurídico para o Supremo Tribunal Federal (STF) rever a medida.

As informações são de Agência Brasil, CNN e g1.