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Eletrobras (ELET3;ELET6): vale a pena comprar ações usando o FGTS?

Se você está pensando em utilizar os recursos para comprar Eletrobras, confira as avaliações de analistas

Fachada Eletrobras - Eletrobras
Fachada Eletrobras - Eletrobras

Com o processo de privatização da Eletrobras (ELET3;ELET6), trabalhadores que recebem o FGTS podem sacar até 50% do valor para investir em ações da empresa. O investimento pode acontecer por meio dos Fundos Mútuos de Privatização (FMP), ou seja, o trabalhador compra cotas desse fundo podendo ganhar rendimentos a partir da venda dessas cotas.

O valor mínimo de investimento é R$ 200 e é preciso ter o mínimo de R$ 400 para investir. Para vender ações, o trabalhador precisa ainda esperar 6 meses para isso, além do prazo mínimo de 12 meses para resgatar o dinheiro de volta. O valor irá para o saldo do FGTS. A abertura de reservas da oferta acontece entre os dias 3 e 8 de junho. 

Mas vale a pena investir na Eletrobras usando o FGTS?

Para Vitorio Galindo, analista de investimentos CNPI e head de análise fundamentalista da Quantzed, se o investidor achar que Eletrobras é um investimento atrativo, que a empresa tem bons fundamentos e margem de segurança e já gostaria de investir nessa empresa de toda forma, independentemente de qual dinheiro usaria, aí sim pode ser uma oportunidade aproveitar o FGTS para o investimento. 

"Por outro lado, se ele avaliar que a ação não é bom investimento, então não vale a pena entrar só por conta da facilidade do FGTS. Só é boa oportunidade se realmente tiver estudado, analisado bem e concluído que ações são uma boa. Porque aí o FGTS vem como recurso a mais para fazer o investimento. Só o fato de poder usar o FGTS, por si só, não é garantia de oportunidade se o investidor não vê a ação como positiva", explica Galindo.

Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da Eu me Banco, escola de educação financeira, acredita que o investidor tem que possuir um perfil no mínimo moderado para fazer esse tipo de alocação, mesmo com a Eletrobras pagando ótimos dividendos.

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"Além disso, tem que entender o cenário atual, com a instabilidade global que estamos passando, e as taxas de juros subindo, o que joga contra a bolsa. Logo, as ações podem ser impactadas por esse cenário adverso. Tem que tomar cuidado para não vender no pior momento, que será o famoso ‘vender na baixa e comprar na alta’", diz. Com o investidor tendo esses cuidados, ele recomenda o uso do percentual.

Como o FGTS é o rendimento do trabalhador e é muito utilizado em momentos mais complicados, ele também recomenda no máximo 5% dos recursos nas ações da Eletrobras dependendo do perfil. "Apesar de a oportunidade ser boa, o FGTS é um recurso que faz um ‘colchão forçado’ de rendimentos, ou seja, muitos trabalhadores não costumam guardar recursos, e o FGTS pode ‘salvar’ essas pessoas, por isso todo cuidado é pouco”, afirma Louzada.

Leonardo Piovesan, analista fundamentalista da Quantzed, ressalta que a rentabilidade da ação deve ser maior do que a do próprio FGTS e, por isso, vê boa oportunidade na compra: “Atualmente o FGTS rende somente 3% ao ano e, uma vez privatizada, espera-se que a Eletrobras melhore significativamente seu resultado nos próximos anos e as ações da companhia se valorizem numa mesma magnitude.