O governo federal ainda não decidiu qual será o modelo usado para capitalizar a Eletrobras, informou hoje (23) o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele voltou a dizer hoje que a intenção do governo é dar prosseguimento ao processo de capitalização da empresa. A retomada do processo de privatização da Eletrobras foi anunciada pelo ministro em discurso na cerimônia de transmissão de cargo.
“Não tenho uma ideia preconcebida, não recebi nenhuma orientação com relação a esse tema. Ele [o presidente Jair Bolsonaro] apenas disse que temos que tornar a Eletrobras uma empresa com capacidade para voltar a investir”, disse o ministro.
Em janeiro do ano passado, o então presidente Michel Temer encaminhou ao Congresso Nacional um projeto segundo o qual a privatização da empresa se daria por um processo de capitalização, até que as ações da União fossem pulverizadas, tornando-a sócia minoritária da empresa, com menos de 50%. Com isso, a Eletrobras passaria a ter capital majoritariamente privado.
Questionado por jornalistas se o governo analisa abrir mão do controle da estatal ao ficar com menos de 50% do capital, o ministro não informou se a perda do controle societário seria considerada. “Falei na minha posse que iríamos continuar com o processo de capitalização da empresa e vamos continuar. Estamos discutindo como implementar isso da melhor forma possível”, disse o ministro, que tem mantido reuniões semanais com o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., para tratar do tema. “Isso não é apenas um problema do ministério com a Eletrobras, envolve outros órgãos do MME e áreas do governo, e esse modelo vai ser uma decisão consensuada entre todos os interessados”, acrescentou Albuquerque.
No início do mês, Ferreira Jr. chegou a defender a capitalização da empresa, ao afirmar que a privatização da estatal é necessária para a retomada de investimentos da companhia. “O processo de capitalização é necessário; o próximo passo da Eletrobras é o da capitalização”, disse.