Um estudo realizado pela plataforma de análise de investimentos Economatica, divulgado nesta segunda-feira (15), mostra que o patrimônio gerido pelos fundos de previdência cresceu R$ 758 bilhões em 12 anos. O acumulado passou de R$ 94 bilhões, em junho de 2007, para R$ 852 bilhões em junho de 2019 (ver gráfico).
Assim como o patrimônio, a quantidade de fundos de previdência também aumentou: dos 392 existentes em 2007, concentrados em 45 gestoras, esse número subiu para 1.786 fundos, com 124 gestoras, este ano.
Segundo o agente autônomo da Ipê Investimentos Sérgio Brito, esse tipo de investimento cresceu nos últimos anos porque oferece vantagem tributária em relação a outros produtos semelhantes. “Nos fundos de previdência, o come-cotas é cobrado apenas no resgate. Esses fundos seguem uma tabela regressiva, então, quanto mais tempo você deixa o dinheiro na aplicação, manos IR você paga”, explicou Brito.
Além dessa vantagem nos descontos, o agente autônomo de investimentos acredita que a situação atual do país convence o investidor a transferir sua renda a esse tipo de reserva. “O teto atual do INSS é de R$ 5.839,45. Com esse valor, é praticamente impossível que os aposentados consigam se sustentar sozinhos. Isso estimula que a população procure formas de complementar a previdência”.
Segundo dados do IBGE, apenas 1% dos aposentados no Brasil consegue se manter com o teto do INSS. Quarenta e seis por cento desse grupo dependem de parentes e familiares.
Maiores gestores da indústria de fundos de previdência por patrimônio
No gráfico abaixo encontramos a evolução do patrimônio gerido pelos 5 maiores gestores de fundos por patrimônio líquido no mês de junho de 2019.
Podemos observar que, de 2007 até 2015, o gestor com maior patrimônio gerido em fundos de previdência foi a BRAM, totalizando R$ 144,9 bilhões. A segunda maior gestora de fundos de previdência foi o BB DTVM, com R$ 139,5 bilhões. Contudo, de 2016 até junho de 2019, a BRAM registra crescimento de 19,2% contra 39,2% do BB DTVM.
O gestor com maior crescimento no período é a Caixa com 82,4% (aumento de R$ 30,7 bilhões). O ItauUnibanco é o gestor com menor crescimento no mesmo período, com 17,6%.
Mediana do retorno e prêmio dos fundos de previdência
Na tabela abaixo encontramos a mediana da rentabilidade nominal dos fundos por classificação ANBIMA em períodos de um, três e cinco anos até o dia 30 de junho de 2019. A inflação medida pelo IPCA está descontada.
Adicionalmente, temos a mediana do prêmio das mesmas categorias em relação ao CDI e Ibovespa, este último em pontos percentuais.
Em cinco anos, os fundos de previdência de ações têm o melhor desempenho com mediana da rentabilidade nominal de 91,59%. No mesmo período, o Ibovespa valorizou apenas 89,9%.
Também é possível observar que a Previdência de Ações rentabilizou 45,44 % acima da inflação. Em contrapartida, os fundos de Previdência Balanceados até 15 têm o menor ganho de poder aquisitivo, com 19,94%.
Expectativa para o futuro
Para Sergio Brito, da Ipê Investimentos, a expectativa é de que o patrimônio desse tipo de fundo continue aumentando nos próximos anos. “Com a taxa básica de juros mais baixa de todos os tempos e com expectativa de maior redução até o fim do ano, as pessoas procuram rendimentos que tenham maior retorno, então acredito que, a longo prazo, esses números tendem a crescer”.