Nesta quinta-feira (30), por volta de 16:10, as ações da Embraer (EMBR3) saltavam 5,89%, a R$ 21,59.
Os investidores reagem de forma positiva ao pedido da Porter Airlines para a compra de 25 aeronaves do modelo E195-E2, com um valor total de US$ 2,1 bilhões.
Com essa transação, a companhia aérea fortaleceu seu relacionamento com a Embraer, fechando um total de 75 pedidos firmes, mantendo 25 direitos de compra restantes.
A adição desse novo pedido impulsionou a carteira de negociações da Embraer, que agora conta com um total entre 95 a 105 aeronaves negociadas e mais 10 a 20 opções.
Isso resultou, segundo as estimativas do JPMorgan e do Itaú BBA, em uma relação de livro por pedido cerca de 1,5 vezes para o ano completo.
O JPMorgan considerou o anúncio como um fator positivo para a companhia, prevendo um aumento no backlog da Embraer no 4º trimestre de 2023, após encerrar o 3º trimestre com um total de US$ 17,8 bilhões. Esse pedido se torna o maior anunciado até o momento em 2023.
"Com expectativas previamente mencionadas pela Embraer de novos pedidos antes do final de 2023, este anúncio pode se tornar um impulso positivo para as ações na sessão seguinte", afirmou o banco.
O Citi analisou a negociação como um "resultado encorajador" para a Embraer, considerando que, mesmo possivelmente obtendo descontos significativos em relação ao preço de tabela, esse pedido representa uma adição importante para o backlog de pedidos firmes da empresa, garantindo estabilidade à capacidade de produção aeroespacial comercial da Embraer.
As ações da empresa são classificadas como "overweight" pelo JPMorgan (exposição acima da média, similar a compra), sendo negociadas a 5 vezes o valor da empresa (EV) sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) para 2024.
O Bradesco BBI destacou a mudança na estratégia da companhia, que iniciou em junho de 2023 com a nomeação de Nigel Patterson como novo vice-presidente de vendas para aviação comercial na América do Norte.
A alteração teve como objetivo reposicionar o modelo E195-E2 na região, a fim de competir com o E175, que domina o mercado atualmente.
"Acreditamos que o E195-E2 pode ganhar participação de mercado com as principais companhias aéreas de passageiros, complementando a frota de aeronaves de corredor único", declarou a análise.
A previsão da Embraer é que até 2042 a demanda por 2.690 aeronaves com até 150 assentos aumente na América do Norte. O banco estima que cerca de 271 novos pedidos de E195-E2 possam substituir a frota atual composta por A319s (da concorrente Airbus) e B737-700s (fabricados pela Boeing), resultando em um backlog potencial de US$ 23 bilhões.
Atualmente, as aeronaves são operadas por grandes companhias aéreas como American Airlines, United Airlines, Alaska Airlines e Canadian North.
O Bradesco BBI prevê um desempenho superior para a Embraer, elevando o preço alvo dos ADRs para US$ 27,00, considerando um aumento de 64% em relação ao preço anterior de US$ 25,00.