Por Gabriel Codas, da Investing.com – O dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para socorrer a Azul (SA:AZUL4) e Gol (SA:GOLL4) deve sair somente em agosto. De acordo com a Coluna do Broad, do Estadão desta quarta-feira, as conversas das aéreas em questões como destinação desses recursos e diluição de acionistas estão atrasando o andamento do processo.
A expectativa inicial era que o empréstimo fosse liberado ainda em julho, o que não deve acontecer. O primeiro passo, de acordo com a publicação, é a assinatura de termo de condições com o banco de fomente. Somente depois as aéreas devem dar prosseguimento à operação com bancos, que será por meio do mercado.
A reportagem destaca que, atualmente, cada companhia poderá receber crédito de R$ 1,2 bilhão do banco de fomento e de bancos privados, sendo que parte viria de operações no mercado de capitais. Assim, a operação seria via título híbrido, formado por papéis de dívida atrelados a bônus conversíveis em ações.
O Estadão relata que, no mercado, a percepção é de que ambas empresas têm dinheiro em caixa para sustentar a operação por mais alguns meses. Além disso, estão adotando medidas para obter dinheiro ao caixa e reduzir custos, como folha de pagamentos.
Assim, a avaliação nos bastidores é que fatia desses títulos a ser destinada ao mercado deve superar os 30% previstos na estrutura desenhada pelo BNDES. Sendo que o banco de fomento teria menos do que os 60% estimados. Já os 10% para fechar a conta viriam dos bancos privados.
O entendimento dos analistas é que o excesso de liquidez nos mercados e os juros baixíssimos vão ajudar. Além disso, há a percepção de que os negócios começaram a melhorar, já impulsionando o valor das ações das empresas.
Latam
Já no caso da Latam, que ou em pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, o jornal diz que a companhia pode ficar sem recursos do BNDES, uma vez que a negociação fica cada dia mais complexa. Além da medida na justiça americana, a companhia precisaria lançar BDRs na B3 para poder dar prosseguimento à formatação da operação a mercado.
Em nota envida à reportagem, a Azul informou que segue conversando com o BNDES e que, por enquanto, não há novidades. Já a Gol espera que a definição saia nas próximas semanas.
No caso da Latam, a informação oficial é que também está em negociações, sendo que o financiamento por meio do DIP (Debtor-in-possession) oferece ao BNDES “prioridade sobre todos os passivos da Latam anteriores a entrada ao Chapter 11, sendo assim uma garantia maior que qualquer outra empresa poderia oferecer”.