Alerta

Endividamento por apostas online preocupa presidente Lula

Presidente destacou o aumento do endividamento entre famílias de baixa renda e a necessidade de regulamentar o setor de apostas no Brasil

Reprodução: Ricardo Stuckert
Reprodução: Ricardo Stuckert

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), levantou uma preocupação na última terça-feira (24) sobre o aumento do endividamento das pessoas de baixa renda causado por jogos e apostas online. Em suas palavras, “hoje, através de um celular, o jogo está dentro da casa das famílias”.  

Preocupação com as casas de apostas  

Ele expressou preocupação com o impacto econômico das apostas, mencionando o aumento do endividamento entre as pessoas de baixa renda.  

“Nós estamos percebendo agora no Brasil o endividamento das pessoas mais pobres tentando ganhar dinheiro fazendo aposta”, destacou o presidente.  

Necessidade de regulamentação  

Lula fez essa declaração durante o evento “Em defesa da democracia: lutando contra o extremismo”, realizado em Nova York, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Ele ressaltou que, sem regulamentação, o país corre o risco de “ter cassinos funcionando dentro da cozinha de cada casa”. 

Beneficiários do Bolsa Família e apostas  

A fala do presidente acompanha um estudo do Banco Central, divulgado na última segunda-feira (23) que revelou que casas de apostas online receberam cerca de R$ 3 bilhões de beneficiários do Bolsa Família apenas em agosto de 2024.  

O relatório mostrou que, entre os 5 milhões de beneficiários do programa, a média gasta com apostas foi de R$ 100. Cerca de 4 milhões desses beneficiários são chefes de família, responsáveis diretos pelo recebimento do auxílio. 

O Banco Central analisou transações feitas via PIX, identificando que uma parcela significativa do benefício foi destinada a apostas esportivas. Ao todo, 21% dos R$ 14 bilhões mensais pagos pelo Bolsa Família foram direcionados para essas plataformas. 

Além disso, o levantamento revelou que os brasileiros apostaram R$ 20,8 bilhões em agosto, com 15% desse montante ficando com essas casas. A maior parte deles está na faixa etária entre 20 e 30 anos, e os depósitos médios aumentam conforme a idade, sendo que os mais velhos chegam a apostar mais de R$ 3.000 por mês.