Os desfiles das 13 escolas de samba da Série A, o antigo Grupo de Acesso, começam às 22h30 desta sexta-feira (1º) na Passarela do Samba, popularmente conhecida como Sambódromo. Passam pela Marquês de Sapucaí nesta noite a Unidos da Ponte, a Alegria da Zona Sul, a Acadêmicos da Rocinha, a Acadêmicos de Santa Cruz, a Unidos de Padre Miguel, a Inocentes de Belford Roxo e a Acadêmicos do Sossego. Amanhã (2) à noite, desfilam a Unidos de Bangu, a Renascer de Jacarepaguá, a Estácio de Sá, a Porto da Pedra, a Império da Tijuca e a Cubango.
Primeira a desfilar, a Unidos da Ponte leva à avenida o enredo Oferendas, que trata das comidas dos orixás na umbanda e no candomblé. A azul e branco de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, vai reviver na avenida o enredo que apresentou em 1984.
A Alegria da Zona Sul, a vermelho e branco criada na comunidade do Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, desenvolve o enredo Saravá, Umbanda!, em que, por meio das palavras de um Preto Velho, vai pregar a caridade, o amor e a fé.
A terceira agremiação na passarela será a Acadêmicos da Rocinha, escola de São Conrado, que vai criticar o racismo com o enredo Bananas para o Preconceito e dar destaque a líderes negros.
Em seguida, entra a Acadêmicos de Santa Cruz. O enredo Ruth de Souza – Senhora Liberdade, Abre as Asas sobre Nós, em homenagem à atriz de 97 anos, foi desenvolvido pelo carnavalesco Cahê Rodrigues, que, no ano passado, deixou a Imperatriz Leopoldinense e pela terceira vez está na Santa Cruz.
As histórias do escritor Dias Gomes serão contadas no Sambódromo pela Unidos de Padre Miguel, com o enredo Qualquer Semelhança não Terá Sido Mera Coincidência. A escola tentará o campeonato, que escapou no ano passado, por uma diferença de 3 décimos. A vencedora foi a Viradouro.
A Inocentes de Belford Roxo vai levar para a avenida o enredo O Frasco do Bandoleiro, mostrando crendices sobre fortunas que teriam sido enterradas em botijas em quintais do Nordeste para escapar de saques.
A Acadêmicos do Sossego fechará o primeiro dia de desfiles com o enredo Não se Meta com a Minha Fé. Acredito em Quem Quiser. Com o tema, a escola abordará a questão da intolerância religiosa.
Regulamento
De acordo com o regulamento, cada agremiação terá o mínimo de 45 minutos e o máximo, de 55 minutos, para desfilar com pelo menos 1.200 componentes. Se ultrapassar esse tempo, perde 1 décimo de ponto por minuto excedido. Se o tempo de apresentação for inferior a 45 minutos, a escola perde 2 décimos para cada minuto a menos.
No término do desfile, as agremiações têm que fazer a dispersão das alegorias no tempo máximo de 60 minutos. Se isso não ocorrer, elas são punidas com a perda de 1 décimo por alegoria não retirada.
Na concentração, somente no terceiro toque de sirene, é que as escolas podem começar o desfile. Antes disso, têm autorização para iniciar o aquecimento preliminar da bateria e o teste de regulagem dos instrumentos e microfones ligados ao carro de som.
Após o segundo toque, o intérprete pode começar a se comunicar com o público e fazer o chamado “esquenta” das arquibancadas com sambas que fazem parte da história da agremiação, até começar a cantar o samba-enredo com o qual a escola vai desfilar. É um momento muito esperado pelos torcedores que costumam lotar o Setor 1, o mais popular da passarela, e é considerado o “batismo” na avenida para o início do desfile.
A vencedora da Série A sobe, em 2020, para o Grupo Especial, considerado a elite do carnaval do Rio. A última colocada, cai para a Série B e vai desfilar no ano que vem, na Estrada Intendente Magalhães, na zona norte da cidade.