Por Rogério Araujo*
Em 2020, o governo federal gastou muito dinheiro com a pandemia, mas gastou mal. Dessa forma, aumentou significativamente o endividamento do país em relação ao PIB e não trouxe nenhum resultado econômico.
Se tratando do combate à pandemia, as ações acabaram não trazendo nenhum resultado adequado o suficiente para o combate da doença.
Agora, com o aumento dos custos e também levando em consideração todo o dinheiro injetado na economia ao fim do ano passado, por meio do auxílio emergencial, o resultado é uma pressão sobre a inflação.
Essa movimentação econômica faz com que o governo aumente novamente os gastos, só que desta vez, por meio da taxa básica de juros. Hoje, o resultado da dívida pública faz com que a taxa de juros se mantenha subindo.
A expectativa de diversos especialistas entrevistados pelo relatório Focus, do Banco Central, é que essa taxa chegue a 5% até o final do ano. Para 2022 o cenário seria ainda pior: 6% ao ano.
Isso mostra que existe uma preocupação fiscal e monetária sobre as atitudes do governo brasileiro. Esse aumento da taxa de juros vai prejudicar investimentos na indústria, trazendo uma pressão maior sobre o câmbio e fazendo com que investidores internacionais tenham medo ou falta de confiança no Brasil.
Infelizmente, até mesmo a falta de visão mais otimista em relação às atitudes do governo é um fator que deve tirar o dinheiro do país.
Em conclusão, essa provável pressão cambial vai elevar a inflação a patamares ainda mais altos, fazendo com que o governo suba ainda mais a taxa de juros.
Podemos voltar para a década de 90?
Para a população, esse movimento econômico traz consequências drásticas. O aumento dos preços já está colocando parte dos brasileiros em situação de fome.
Somando isso à falta de infraestrutura e até mesmo aos gastos exagerados do governo, o resultado é um só: aumento de desemprego e consequente redução drástica das rendas.
Com esse poder monetário reduzindo, corremos um risco sério do Brasil de 2021, 2022 e 2023 ser muito parecido com o Brasil de 1990, 1991 e 1992.
*Rogério Araujo, educador financeiro, é CEO da ROAR Educacional