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Estrangeiro tirou R$ 6,5 bi da bolsa em julho; saída no ano é de R$ 10,4 bi

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Os investidores estrangeiros retiraram R$ 6,532 bilhões da bolsa brasileira em julho, segundo dados da B3. É o maior resgate líquido mensal desde maio de 2018, quando saíram R$ 8,433 bilhões, o maior da história da bolsa em um mês. Com isso no ano, o saldo de estrangeiros na Bovespa está negativo em R$ 10,434 bilhões, aproximando-se dos R$ 11,521 bilhões de todo o ano passado.

Julho foi o quarto mês seguido de saída de estrangeiros da bolsa. Em abril, saíram R$ 745 milhões, maio, R$ 4,161 bilhões, junho, R$ 246 milhões e agora, julho, R$ 6,533 bilhões. Somados, esses quatro meses representam uma saída líquida de recursos estrangeiros do mercado de R$ 11,687 bilhões.

Os estrangeiros também estão perdendo participação no mercado brasileiro, com uma fatia de 45,8% do volume negociado na bolsa no ano, abaixo dos 48,9% do ano passado. Em julho, essa fatia foi ainda menor, 43,7%, ou seja, de cada R$ 100 comprados ou vendidos em ações na bolsa brasileira, R$ 43,70 eram de estrangeiros.

Já os investidores institucionais, como fundos de pensão, seguradoras ou fundos de investimentos, de ações ou multimercados, elevaram sua fatia para 30,3% este ano, ante 27,8% no ano passado. Em julho, eles responderam por 31,4% do volume da bolsa.

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As pessoas físicas também ampliaram seus negócios com ações, respondendo por 18,4% do volume no ano, ante 17,9% no ano passado. Em julho, essa fatia foi ainda mair, 20,0%.

Essa perda de participação explica em parte por que, apesar da saída de estrangeiros, o mercado continua em alta. O Índice Bovespa subiu 1,90% em julho e acumula alta de 17,1% no ano. Em dólares, essa alta é de 3,77% no mês passado e 20,5% no ano. Uma parte dessas vendas pode ser para aproveitar esse ganho de 20,5% proporcionado pelo índice e pela queda do dólar.

A expectativa de analistas é de que os estrangeiros voltem a entrar no mercado depois da aprovação efetiva da reforma da Previdência no Senado. Mas há analistas que acreditam que o interesse pelo mercado brasileiro será menor. Para o Itaú BBA, os estrangeiros reduziram a exposição a ações brasileiras nos últimos 18 meses pela combinação de três fatores: a existência de outras opções de investimentos em mercados emergentes, particularmente no Sudeste Asiático; a instabilidade política no Brasil durante a eleição de 2018; e a atual situação fiscal delicada do Brasil. Na opinião do Itaú, porém, o aumento do interesse dos investidores locais vai superar qualquer aumento entre os estrangeiros.

A competição entre os mercados de países emergentes também vai continuar, observa o Itaú BBA. O Brasil parece relativamente bem comparado a outros emergentes, já que está tomando medidas para ajustar seu déficit fiscal com a reforma da previdência, tem uma agenda positiva de reformas que podem aumentar a produtividade e reduzir o tamanho do Estado e o Produto Interno Bruto (PIB) deve voltar a crescer nos próximos anos. Já outros emergentes, especialmente no Sudeste Asiático, oferecem menos instabilidade política e maior crescimento da economia. A participação do Brasil no índice de ações MSCI Mercados Emergentes deve ser diluída pelo aumento da proporção das ações do mercado chinês, prevê o banco.

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