Os Estados Unidos estão se recusando a copatrocinar um projeto de resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que reafirma a integridade territorial da Ucrânia e condena a agressão russa, informaram três fontes diplomáticas à agência Reuters.
A decisão marca uma possível mudança de postura do mais poderoso aliado ocidental de Kiev.
A proposta de resolução está sendo patrocinada por mais de 50 países, segundo diplomatas que pediram anonimato.
O texto reafirma o compromisso com a “soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas” e condena as ações da Rússia.
Nos anos anteriores, os EUA sempre estiveram entre os copatrocinadores dessas resoluções em apoio à Ucrânia. A ausência da assinatura norte-americana levanta especulações sobre a continuidade do suporte diplomático e militar de Washington a Kiev.
Decisão e o cenário diplomático
A medida ocorre em meio a um distanciamento crescente entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e os Estados Unidos.
A tensão aumentou após informações de que membros da equipe de Donald Trump, candidato republicano nas eleições deste ano, teriam mantido conversações com autoridades russas sem envolver Kiev.
Trump já expressou a intenção de buscar um fim rápido para o conflito, o que pode indicar uma mudança na abordagem norte-americana caso ele volte à Casa Branca.
A recusa dos EUA em copatrocinar a moção pode ter implicações significativas para a Ucrânia, que depende do apoio diplomático e da assistência militar norte-americana para resistir à invasão russa.
Desde 2022, Washington forneceu bilhões de dólares em armamentos e treinamentos às forças ucranianas, além de atuar diretamente na condenação das ações russas em foros internacionais.
A posição dos EUA e o avanço russo
O governo norte-americano ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão. Um porta-voz da missão diplomática dos EUA nas Nações Unidas, em Genebra, não respondeu aos questionamentos da Reuters.
Enquanto isso, a Rússia continua avançando no leste da Ucrânia e já controla cerca de 20% do território ucraniano.
Moscou argumenta que sua “operação militar especial” foi uma resposta à ameaça da aproximação de Kiev com a OTAN, enquanto a Ucrânia e seus aliados consideram a invasão uma tentativa imperialista de anexação de terras.