Por Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – O governo da China deve interferir na reestruturação da gigante de construção Evergrande (OTC:EGRNY), buscando evitar uma crise de liquidez no mercado.
O ING acredita que esse deve ser um processo longo e não descarta a possibilidade de que a empresa seja parcialmente vendida para terceiros ou transformada em uma estatal.
O ING explica que o processo de reestruturação da Evergrande deve ser um pouco mais complicado porque não se trata apenas de uma única empresa. As complexidades incluem um banco, uma farmacêutica e uma empresa de via expressa, todos localizados em Shandong, uma província chinesa.
O desafio das autoridades locais é entender como esse banco se relaciona com outras instituições financeiras, de forma a evitar uma crise de liquidez em Shandong e entre os bancos menores. A questão é que ainda não se sabe como o banco em que a companhia investiu se conecta com as outras empresas.
A Evergrande corresponde a 2,2% do PIB nominal da China, segundo dados do primeiro semestre de 2021, mas no momento o desconforto está nos produtos de gestão de fortunas emitidos por uma subsidiária da empresa.
Alguns membros da alta administração resgataram esses produtos antes do tempo, o que causou problemas com outros investidores.
A Evergrande apresentou três soluções para o impasse, sendo uma delas o reembolso do resgate feito em apartamentos, que ainda estão em construção.
A questão é que a Evergrande não tem dinheiro suficiente para concluir as obras dos projetos residenciais existentes e sem essas propriedades, a construtora não tem como fazer a venda para obter dinheiro e pagar suas dívidas.
A expectativa do ING é que a reestruturação do governo ajude a empresa a conseguir algum capital.
Ainda existe a possibilidade de que Evergrande tenha que vender alguma participação da companhia para terceiros. O spin-off de negócios não essenciais, como aqueles que não são negócios do tipo imobiliário residencial, provavelmente será feito primeiro.
Depois disso, podem vir as vendas de participações que estão no centro dos negócios da Evergrande.
O ING também trabalha com a possibilidade de que a empresa seja comprada ou se torne uma SOE, uma estatal chinesa. Isso porque os rendimentos atuais dos títulos de Evergrande implicam em um valor muito baixo para a empresa.