Parcialmente descolado do cenário mais resfriado da atividade econômica no Brasil, o Ibovespa poderá encerrar 2019 acima do patamar de 115 mil pontos, avalia o estrategista-chefe da XP Investimentos, Karel Luketic.
“Na nossa leitura, a marca de 100 mil pontos é apenas o começo de um processo de alta na Bolsa”, declarou o economista, durante apresentação na Expert XP 2019, evento promovido pela XP Investimentos e patrocinado pelo Investing.com.
O principal pano de fundo por trás da expectativa, contextualizou, é o comportamento mais benigno dos preços na economia norte-americana, o que provocou uma reversão do ciclo de aperto monetário que vinha sendo implementado pela autoridade monetária dos EUA, o Federal Reserve.
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“Em momentos de alta dos juros norte-americanos, a bolsa recua, o câmbio perde força [desvalorização do real em relação ao dólar]. A boa notícia de junho é que o Fed, diante da inflação mais fraca, parou de subir os juros e avisou que deve cortar”, afirmou. “É por isso que, na nossa avaliação, o rali de Brasil está apenas começando”, destacou Luketic, citando um breve histórico de países que foram beneficiados por um processo de relaxamento monetário nos EUA.
Olhando mais adiante, o estrategista-chefe da XP avalia que o Ibovespa poderá superar o patamar de 140 mil pontos ao final de 2020. “O cenário externo está mais amarrado. Com a aprovação de uma boa reforma da Previdência, a Bolsa deverá se beneficiar dessa combinação de fatores”, comentou. A XP Investimentos, explicou Luketic, trabalha com a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência em agosto.
O Ibovespa é uma das poucas bolsas mundiais a operar no positivo nesta sexta-feira. O principal índice acionário brasileiro subia 0,38% a 104.034,14 pontos às 14h39. Se fechar em alta, o Ibovespa rompe novamente o recorde de fechamento.
Em Wall Street, os principais índices operam no negativo após o numero de criação de empregos não-agrícolas veio acima da expectativa, diminuindo as apostas de corte de juros pelo Fed na reunião de política monetária do fim do mês. Dow Jones caía 0,15%, S&P 500 perdia 0,24% e Nasdaq cedia 0,17%.