A projeção feita pelos bancos para a expansão da carteira de crédito em 2023 se manteve estável em 7,6%, segundo a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas de setembro.
O resultado ficou um pouco acima da estimativa do Banco Central, de 7,3%, segundo o último Relatório Trimestral de Inflação. Já para o próximo ano, a expectativa de alta dos bancos passou de 7,9% para 8,1%.
O levantamento é realizado a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e mostra a estimativa dos bancos para o comportamento de diversas variáveis da economia ao longo deste e do próximo ano. Esta edição foi feita com entrevistas com 18 bancos entre 27 de setembro e 3 de outubro.
“A estabilidade das projeções reflete a melhora no desempenho do crédito nos últimos meses. Apesar de continuarmos observando uma desaceleração no ritmo de expansão anual da carteira, os dados têm trazido sinais positivos, como a queda das taxas de juros e a estabilidade da inadimplência”, analisa Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
“Adicionalmente, os dados divulgados pelo Banco Central em agosto trouxeram uma revisão positiva em algumas linhas do crédito pessoa jurídica, o que também deve ter contribuído para uma revisão para cima na expectativa de crescimento da carteira para as empresas”, acrescenta.
Segundo o levantamento, a estabilidade da projeção para a carteira total deste ano refletiu uma revisão ligeiramente positiva na carteira livre, de 6,3% para 6,4%, e negativa na carteira direcionada, de 9,3% para 9,2%.
Selic
Em relação à Selic, a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas mostrou que todos os participantes entenderam como adequada a sinalização do Copom de manutenção do ritmo de cortes da Selic em 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões. Segundo os bancos, não foram observadas alterações relevantes no cenário que justificariam uma intensificação do ritmo de ajuste.
A expectativa é que a taxa Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano, seguindo neste mesmo ritmo de redução até pelo menos maio de 2024, quando chegaria em 10,25% ao ano.
Quanto à taxa terminal da Selic, os participantes se mostram divididos. Uma proporção igual (de 38,9%) acredita que a taxa Selic se situará em 9,0% ao ano ou acima desse patamar ao final do ciclo, enquanto uma minoria (22,2%) espera que a taxa terminal fique abaixo de 9,0% ao ano.