A Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), informou nesta quinta-feira (6) que o fenômeno climático La Niña, responsável pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, deve perder força nos próximos meses.
Segundo as previsões dos Centros de Produção Global para Previsões Sazonais, há uma alta probabilidade de que as temperaturas da superfície do mar voltem ao normal entre abril e junho.
De acordo com a OMM, a chance de um cenário neutro — sem a presença de La Niña ou El Niño — é de 60% entre março e maio, podendo subir para 70% no período de abril a junho.
Incerteza nas previsões climáticas
Apesar das projeções, a OMM ressalta que há uma margem de incerteza maior nas previsões de longo prazo devido ao que chamam de barreira de previsibilidade da primavera no Hemisfério Norte.
Essa limitação ocorre porque, durante essa estação, as condições atmosféricas e oceânicas se tornam mais variáveis, dificultando projeções precisas.
A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, destacou a importância das previsões climáticas para diversos setores da economia, como agricultura, energia e transporte.
Segundo ela, informações antecipadas sobre o enfraquecimento de La Niña permitem um planejamento mais eficiente e podem evitar gastos desnecessários de milhões de dólares.
O que é o fenômeno La Niña?
O fenômeno La Niña é caracterizado pelo resfriamento em grande escala das temperaturas da superfície do Oceano Pacífico equatorial central e oriental.
Esse resfriamento provoca alterações nos ventos, na pressão atmosférica e nos padrões de precipitação, afetando o clima global.
Geralmente, La Niña tem efeitos opostos ao fenômeno El Niño, que aquece as águas do Pacífico e gera impactos climáticos distintos.
Entre os reflexos de La Niña, estão o aumento da seca em algumas regiões e o excesso de chuvas em outras.
Embora o evento atual tenha se iniciado em dezembro de 2024, a OMM destacou que janeiro de 2025 foi o mês mais quente já registrado, evidenciando a complexidade das variações climáticas e a influência de outros fatores no aquecimento global.
O que esperar nos próximos meses?
Com a provável dissipação de La Niña, o cenário climático global pode voltar a um estado de neutralidade.
No entanto, especialistas alertam que outros fatores, como o aquecimento global e variações naturais do clima, continuam a influenciar as condições meteorológicas ao redor do mundo.
Com informações de CNN.