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Fique por dentro das 5 principais notícias do mercado desta quinta-feira

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quinta-feira, 6 de maio

- Agência Brasil
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Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com – Os investidores brasileiros acompanham o desenrolar da CPI da Covid e da Reforma Tributária no Congresso. Os fabricantes de vacinas mundiais estão sob pressão novamente, com a União Europeia se dizendo disposta a falar sobre uma renúncia à proteção de propriedade intelectual para acelerar a campanha global de vacinação.

Os pedidos de seguro-desemprego nos EUA ficam no radar. Bancos centrais do Brasil, Reino Unido e Turquia divulgam decisões monetárias, e as relações da China com o Ocidente pioram.

Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quinta-feira, 6 de maio.

1. CPI, Reforma e Selic
O ex-ministro da Saúde Nelson Teich disse nesta quarta-feira (5), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, que deixou o cargo após verificar que não teria autonomia para conduzir a pasta.

O ex-ministro, que é médico oncologista, disse que não era de seu conhecimento que o Exército produziu cloroquina para o tratamento de Covid-19 e que sua orientação foi contrária ao uso do medicamento, que poderia apresentar “efeitos colaterais”. Conforme estudos, não há eficácia científica para o uso do medicamento no combate à Covid-19.

Enquanto isso, segundo fontes ouvidas pela Folha de S. Paulo, o Palácio do Planalto deu sinal verde ao avanço da Reforma Tributária fatiada em até cinco etapas, começando apenas pela fusão dos impostos federais PIS e Cofins.

Também, nesta quarta para conter a escalada mais recente da inflação no Brasil, o Banco Central elevou a Selic de 2,75% para 3,50% ao ano. Esse foi o segundo aumento consecutivo de 0,75 ponto porcentual, em um movimento iniciado em março deste ano. Ao anunciar a decisão, o BC também sinalizou a intenção de promover novo aumento no próximo mês, para 4,25% ao ano.

2. Moderna e BioNTech caem com UE abrindo mão de direitos
As ações da BioNTech caíram 19% na Alemanha depois que a Comissão Europeia disse que estava disposta a discutir um plano para renunciar os direitos de propriedade intelectual para tratamentos de Covid-19 enquanto durar a pandemia.

A ideia, levantada na quarta-feira pela assessora comercial da presidência dos EUA, Katharine Tai, já havia causado fortes quedas nas ações da Pfizer (SA:PFIZ34) (NYSE:PFE), BioNTech (NASDAQ:BNTX) (SA:B1NT34) e Moderna (NASDAQ:MRNA) (SA:M1RN34), que teriam muito a perder financeiramente com tal passo.

A Moderna deve relatar os resultados do primeiro trimestre às 8h, apenas três dias após a Pfizer ter revisado drasticamente as estimativas de receita para o ano, em grande parte devido ao sucesso da vacina baseada em RNA mensageiro. As doses de mRNA até agora evitaram os riscos à saúde que afetaram a Johnson & Johnson (SA:JNJB34)(NYSE:JNJ) e a AstraZeneca (SA:A1ZN34) (NASDAQ:AZN).

A ação do governo Biden sugere uma tentativa de conquistar corações e mentes fora dos EUA, o que poderia ganhar um capital político considerável ao permitir a distribuição mais rápida de vacinas em países mais pobres, como Índia e Brasil. Ela enfrenta desafios legais consideráveis do setor farmacêutico, no entanto.

3. Futuros americanos sobem antes dos pedidos de seguro-desemprego
Além da ideia de isenção de vacina, o governo Biden também cancelou uma regra da era Trump na quarta-feira que tornou mais fácil para as empresas não classificarem os trabalhadores como funcionários, reforçando as preocupações sobre as pressões de custo que pressionaram a Uber (SA:U1BE34) (NYSE:UBER). As ações da companhia caíram 3,5% após o fechamento do mercado ontem, para uma mínima de quatro meses.

Às 8h53, os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e do Nasdaq 100 subiam perto de 0,2%.

Os pedidos de seguro-desemprego semanais saem às 9h30, enquanto empresas como a Norwegian Cruise Line (NYSE:NCLH) (SA:N1CL34), Wayfair (NYSE:W), Kellogg (SA:K1EL34) (NYSE:K), Blue Apron (NYSE:APRN), Penn National Gaming (NASDAQ:PENN) e Magna (NYSE:MGA), entre outros, divulgam números trimestrais. De madrugada, a Anheuser-Busch InBev disse que o CEO de longa data, Carlos Brito, iria renunciar

Por aqui, será a vez de B3 (SA:B3SA3), Banco BMG (SA:BMGB4), Banco do Brasil (SA:BBAS3), Burger King (SA:BKBR3), CSU Cardsystem (SA:CARD3), JHSF (SA:JHSF3), Lojas Renner (SA:LREN3), Neoenergia (SA:NEOE3), Ouro Fino (SA:OFSA3), São Carlos (SA:SCAR3), Sequoia (SA:SEQL3), Taurus (SA:TASA4), após o fechamento do mercado.

4. Bancos centrais mudam de direção em velocidades diferentes
O Banco da Inglaterra manteve a taxa de juros em 0,1% e a escala de seu programa de estímulo em 895 bilhões de libras nesta quinta-feira, conforme a expectativa do mercado. A autoridade monetária britânica avalia que a economia britânica emite sinais de recuperação após a crise provocada pela pandemia, especialmente após o programa de vacinação. Também há eleições locais que podem abrir caminho para outro voto de independência na Escócia.

Até agora, o Canadá é o único banco central de economia avançada a ter tirado o pé do acelerador monetário este ano. A economia do Reino Unido expandiu em seu ritmo mais rápido desde 2013, de acordo com o índice de compra final da IHS Markit, com aumentos acentuados nos preços de insumos tanto na manufatura quanto nos serviços.

Já o Banco Central da Noruega repetiu a intenção de aumentar as taxas de juros ainda este ano, enquanto a Turquia e a República Tcheca também têm reuniões de política monetária.

5. G7 ataca a China, que desconta a frustração na Austrália
Uma das relações comerciais mais importantes do mundo piorou ainda mais, o último passo para a alienação econômica da China em relação ao Ocidente.

O gigante asiático disse que suspenderá o diálogo econômico estratégico com a Austrália depois que esta última decidiu cancelar uma série de investimentos chineses no país sob a iniciativa ‘Belt and Road’. A China já reduziu drasticamente as compras de cevada e carvão australianos, mas não de minério de ferro, que continua sendo essencial para alimentar o boom de infraestrutura.

A medida veio um dia depois que o G7, que inclui países europeus e o Japão, mas não a Austrália, emitir uma declaração condenando a China pelos abusos de direitos humanos contra sua minoria muçulmana em Xinjiang, e pela insistência em bloquear Taiwan dos fóruns da Organização Mundial da Saúde. A declaração abre caminho para ações mais concretas a serem pelo menos discutidas na cúpula do G7 em julho.