Por Geoffrey Smith e Ana Julia Mezzadri, da Investing.com – O Fed publica a ata de sua última reunião, e a pesquisa de vagas de emprego do Departamento do Trabalho deve mostrar um novo número recorde de vagas. Emergem mais detalhes sobre a repressão da China às listagens de suas empresas nos EUA.
O último trimestre da Samsung (KS:005930) mostra que ela está lucrando com os altos preços dos chips. E o petróleo está saltando enquanto a Shell dá uma grande dica sobre como vê os preços do petróleo bruto.
No Brasil, além do foco na proposta de reforma tributária enviada pelo governo e nos desenvolvimentos da CPI da Covid-19 no Senado, o mercado estará de olho nos dados de vendas no varejo em maio, que serão publicados às 9h.
Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na quarta-feira, 7 de julho.
1. Atas do Fed monopolizam os holofotes
Dois eventos no calendário de dados do dia se destacam. Em ordem cronológica: a pesquisa JOLTS de abertura de vagas de trabalho em maio será publicada às 11h00 e deve mostrar outro aumento para 9,388 milhões, de 9,286 milhões em abril. Isso representaria uma terceira alta mensal consecutiva e aumentaria os dados que sugerem um forte impulso econômico.
Quatro horas depois, o Federal Reserve publicará as atas de sua última reunião de política monetária. A atenção aqui provavelmente se concentrará em qualquer detalhe extra fornecido sobre a discussão em relação à redução gradual das compras de títulos do Fed, que ainda estão em US$ 120 bilhões por mês.
Alguns dirigentes do Fed começaram a se manifestar a favor da redução mais cedo ou mais tarde desde a reunião, com um olho no mercado imobiliário que corre o risco de superaquecimento – em parte devido à compra de títulos hipotecários pelo Fed.
2. Vendas do varejo no Brasil
No Brasil, o mercado estará de olho nos dados de vendas no varejo em maio, que serão publicados às 9h e poderão dar indicações sobre a retomada da economia. A expectativa do mercado é de crescimento de 2,4% na comparação mensal, contra 1,8% em abril.
Seguem no radar a proposta de reforma tributária enviada pelo governo e os desenvolvimentos da CPI da Covid-19, que vêm fazendo preço nos mercados brasileiros. Particularmente, está em foco a reforma do Imposto de Renda, em que o ministro da Economia Paulo Guedes insiste na taxação de lucros e dividendos em 20% e no corte de subsídios para acelerar a queda do IRPJ.
Em Brasília, a CPI da Covid ouve nesta quarta o ex-diretor do departamento de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, acusado de ter pedido propina de US$ 1 por dose na compra de vacinas da AstraZeneca (NASDAQ:AZN) (SA:A1ZN34). As acusações de corrupção contra o governo Bolsonaro nas negociações para aquisição de vacinas elevam o risco de paralisação do governo, afetando o avanço nas tramitações das reformas no Congresso.
3. A repressão da China às listagens de suas empresas nos EUA
Mais detalhes surgiram sobre a repressão da China às empresas do país listadas nos EUA. Fontes da Bloomberg que não se identificaram afirmam que a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China está considerando fechar uma brecha que permitiu que as empresas abrissem seu capital em Nova York sem ter uma listagem doméstica.
O relatório surge um dia depois de uma declaração vagamente redigida, mas ampla, do Conselho de Estado da China, alertando sobre a necessidade de uma revisão dos regulamentos de listagem.
As empresas chinesas listaram no exterior fora do alcance dos reguladores, em grande parte por meio do modelo de Entidade de Interesse Variável. Pequim nunca o endossou de fato, apesar do sistema ser usado por praticamente todas as gigantes chinesas de tecnologia para atrair investidores estrangeiros. De acordo com a estrutura, as corporações transferem lucros para uma entidade offshore com ações que os investidores estrangeiros podem possuir.
4. Ações devem abrir em alta
As ações dos EUA devem abrir em alta mais tarde, após um dia misto na terça-feira dominado por preocupações sobre o risco regulatório chinês e a volatilidade do preço do petróleo.
Às 08h39 (horário de Brasília), o índice Dow Jones futuros subia 23,5 pontos, ou 0,07%, enquanto S&P 500 futuros avançava 0,17% e NASDAQ Futuros tinha alta de 0,56%.
Os futuros da Nasdaq subiram com a demanda sustentada pela Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), que subiu quase 5% na terça-feira depois que o Pentágono anunciou que cancelaria sua decisão de conceder um contrato de computação em nuvem de US$ 10 bilhões.
Embora o contrato em si não seja submetido novamente a licitações, o trabalho agora provavelmente será dividido entre Amazon.com e o vencedor inicial da licitação, a Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34).
Outro fator de suporte às ações de tecnologia no comércio pré-mercado foi uma forte atualização da Samsung Electronics (OTC:SSNLF), cuja previsão dos lucros do segundo trimestre ilustrou como a escassez global de chips está apoiando as margens para fabricantes de chips de todos os tipos.
A gigante coreana disse que espera que o lucro operacional tenha aumentado 53% no comparativo anual no trimestre, já que os fortes preços dos chips de memória compensam o efeito negativo da queda nas vendas de dispositivos devido à escassez de chips. A previsão de 12,5 bilhões de won (US$ 11 bilhões) em lucro foi cerca de 10% acima do consenso, mas as ações da Samsung em Seul encerraram o dia com poucas mudanças.
A empresa é vista como um termômetro do setor como um todo, visto que é a maior produtora mundial de chips de memória, smartphones e monitores eletrônicos.
5. Shell ajuda a devolver a confiança ao mercado de petróleo; Levantamento dos estoques da API
Os preços do petróleo se recuperaram após a queda de terça-feira, com o mercado voltando ao foco no aperto de curto prazo no mercado global devido ao aumento da demanda, queda dos estoques e estagnação da produção.
É provável que esse aperto seja acentuado mais tarde, quando o Instituto Americano de Petróleo divulgar sua estimativa semanal de estoques de petróleo e produtos dos EUA.
Às 08h45, o contrato futuro do petróleo WTI, negociado em Nova York, tinha alta de 1,96% a US$ 74,79 o barril, enquanto Brent, cotado em Londres, subia 1,82% a US$ 75,89.
No nível empresarial, houve o primeiro sinal de confiança voltando ao setor de petróleo e gás, já que a Royal Dutch Shell (LON:RDSa) (SA:RDSA34) disse que acelerará seu programa de retorno aos acionistas e descartará sua meta de dívida líquida. As medidas sugerem que a empresa espera que os preços fiquem mais altos por mais tempo do que antes.