Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – A questão fiscal no Brasil volta a ser pauta para os mercados.
A Amazon (NASDAQ:AMZN) pode se aproximar de um split de ações, se acreditarmos na conversa de um investidor ativista. Enquanto isso, a gigante do comércio eletrônico resolveu sua briga com a Visa (NYSE:V) sobre as taxas de interconexão.
Os ganhos do Walmart (NYSE:WMT) serão publicados um dia após um sólido relatório de vendas no varejo de janeiro.
As últimas atas do Fed reforçaram os temores de taxas de juros mais altas.
Dados sobre pedidos de auxílio-desemprego e início de habitação são as grandes notícias econômicas.
Separatistas apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia mantêm a região em suspense, mas o petróleo cai após sinais de destruição da demanda devido aos altos preços nos EUA.
Aqui está o que você precisa saber sobre o mercado internacional nesta quinta-feira, 17 de fevereiro:
1. Amazon indicou um split?
A Amazon pode estar prestes a ser forçada a fazer um split nas ações. Essa, pelo menos, foi a conclusão lógica final dos comentários do investidor ativista Dan Loeb, que supostamente disse em uma ligação com clientes que vê outro trilhão de dólares de valor inexplorado na empresa.
A oportunidade decorre do fato de que os negócios subjacentes da Amazon têm perfis de lucratividade radicalmente diferentes.
No último trimestre, a Amazon ganhou efetivamente todo o seu dinheiro com hospedagem de serviços de nuvem e publicidade. Seu negócio de comércio eletrônico, por outro lado, operou com prejuízo devido às crescentes pressões de custo nos EUA e permanece mais longe do que nunca da lucratividade internacional.
A Amazon também foi notícia da noite para o dia por resolver sua briga com a Visa sobre as taxas do cartão.
A trégua significa que os clientes da Amazon continuarão a poder usar cartões Visa no Reino Unido e que outras sobretaxas impostas na Austrália e em Cingapura, introduzidas no ano passado, serão retiradas.
Os rivais de Big Tech da Amazon, a Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e a Meta Platforms (NASDAQ:FB), também estarão no centro das atenções mais tarde, depois que o Google disse que vai interromper o rastreamento entre aplicativos.
2. Reivindicações de desemprego e início de habitação
A atualização semanal do mercado de trabalho chega às 10h30, com analistas à procura por pedidos iniciais de seguro-desemprego para permanecer em sua faixa recente de pouco mais de 200.000.
Os números vêm ao mesmo tempo que os dados de janeiro para início de moradias e licenças de construção, que devem diminuir apenas um pouco em relação aos níveis de dezembro.
Os empreendimentos imobiliários não sustentaram o nível atual de atividade desde o boom do subprime em 2006, mas até agora resistiram à pressão do aumento das taxas de hipoteca.
A pesquisa de negócios do Fed da Filadélfia surge como o outro principal ponto de dados do dia.
3. Ações americanas com abertura em baixa
Os mercados de ações dos EUA devem abrir em baixa depois que a publicação da última ata do Federal Reserve ofereceu um forte lembrete da pressão sobre o banco central para aumentar as taxas de juros e vender suas participações em títulos.
Às 08h52, os futuros da Nasdaq 100 recuavam 0,69%, enquanto os da Dow Jones e da S&P 500 caíam 0,45% e 0,53%, respectivamente.
A grande notícia corporativa do dia vai ser o lucro do Walmart, que ocorre um dia após os dados oficiais de vendas no varejo de janeiro mostrarem uma forte recuperação nos gastos.
A perspectiva de consumo do maior varejista de tijolo e argamassa dos EUA oferece uma perspectiva que os dados oficiais – em luta com distorções no processo usual de ajuste sazonal – podem não capturar.
Também em foco estará a Nvidia (NASDAQ:NVDA), que está com desconto no pré-mercado após emitir um guidance que não foi tão explosivamente otimista quanto muitos esperavam, e a DoorDash, cuja receita recorde no último trimestre desafiou as expectativas que a reabertura dos restaurantes físicos afetaria seus negócios.
4. Questão fiscal no Brasil
Após os resultados fiscais de 2021 superarem as expectativas, a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado projeta uma piora no quadro para 2022.
Há estimativas de que a dívida bruta cresça 4,5 p.p. e alcance 84% do Produto Interno Bruto (PIB). No ano passado, houve uma queda de 8,3 p.p. no volume da dívida, para 80,3% do PIB.
Essa tendência de alta deve se estender até 2024, quando a dívida pode chegar a 87,4% do PIB.
Isso deve ser causado, segundo o IFI, pela desaceleração do aumento da arrecadação junto com a alta dos juros e o crescimento econômico mais fraco.
A IFI estima que em 2022 haja um déficit primário de R$ 106,2 bilhões, equivalente a 1,1% do PIB. A previsão, maior do que a expectativa do governo, projeta um déficit de R$ 76,2 bilhões.
5. As tensões na Ucrânia continuam a borbulhar enquanto os separatistas disparam sobre a fronteira
As tensões na fronteira ucraniana continuam a borbulhar, enquanto Kiev e a Otan repetem que não houve retirada significativa de tropas russas de posições avançadas que poderiam ser usadas como trampolim para invasão.
A mídia local informou que separatistas apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia dispararam artilharia contra alvos em território ucraniano e que as forças do governo se recusaram a revidar, com medo de criar uma provocação que criasse um pretexto para uma invasão russa.
Os futuros de gás natural europeus subiram até 8% no início do pregão, mas voltaram a subir cerca de 5% ao meio-dia. O rublo russo, por sua vez, caiu cerca de 1% em relação ao dólar.
Às 08h54, os futuros de petróleo nos EUA recuavam 1,90%, a US$ 92,88, enquanto os de Brent caíam 1,71%, a US$ 93,19.