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Fique por dentro das 5 principais notícias dos mercados desta segunda-feira (14)

Tensão crescente entre Rússia e Ucrânia pressiona preços de commodities, novas sinalizações do Federal Reserve, embate entre Congresso Nacional e Ministério da Economia no Brasil e mais

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- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com – Os mercados acionários globais caem e os preços das commodities são pressionados para cima por temores de uma invasão russa da Ucrânia e suas possíveis consequências (na forma de sanções ocidentais). As ações dos EUA também devem estender suas quedas na abertura.

Esther George, do Fed, repete seus apelos para que o banco central americano venda sua carteira de títulos, e o agora super-falcão James Bullard falará mais tarde. Apenas commodities estão contrariando a tendência, já que os compradores globais começam a procurar freneticamente por fornecedores alternativos de energia, produtos agrícolas e industriais.

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na segunda-feira, 14 de fevereiro:

1. Receio com Rússia prepara um massacre para os mercados do Dia dos Namorados

Os temores de que a Rússia invada a Ucrânia continuam a abalar os mercados globais, com as ações europeias vendendo fortemente após os avisos da Casa Branca e de outros governos de uma ação iminente de Moscou no país vizinho.

Índices de ações europeus de referência perderam até 3,2% na primeira metade do pregão, em um cenário do que parecem ser os últimos esforços diplomáticos para evitar a guerra.

O chanceler alemão Olaf Scholz visitará Kiev e Moscou na segunda-feira para conversas, mas o tom foi definido no sábado após um telefonema entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e seu colega russo, Vladimir Putin, após o qual Biden novamente ameaçou “custos rápidos e severos” na Rússia, se invadir.

Uma leitura da Casa Branca após a ligação disse que, embora os EUA estivessem ansiosos para continuar o envolvimento diplomático “em plena coordenação com nossos aliados e parceiros, estamos igualmente preparados para outros cenários”.

2. George bate o tambor novamente para QT; Bullard, discursos de Lagarde de olho

Uma nova enxurrada de palavras do banco central americano está em andamento após repetidos choques negativos dos dados de inflação dos EUA na semana passada.

A presidente do Federal Reserve de Kansas City, Esther George, repetiu sua opinião em entrevista ao The Wall Street Journal de que o Fed deveria começar a vender títulos do portfólio de US$ 9 trilhões que acumulou em episódios anteriores de 'flexibilização quantitativa'.

George argumentou que o enorme portfólio do Fed dificulta a execução da política monetária e que as vendas de ativos impediriam o achatamento da curva de rendimentos – um aceno para aqueles que temem que o recente achatamento da curva de rendimentos pressagia uma recessão.

No final do dia, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard – que já pregou suas cores de falcão da inflação no mastro – falará.

O mesmo acontecerá com a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que passou a maior parte da semana passada tentando reverter a virada agressiva que havia sinalizado em sua última entrevista coletiva. Felizmente, o calendário de dados está relativamente vazio.

3. Equipe econômica e Congresso se estranham

O conflito entre a equipe econômica e o desejo do Congresso em aumentar os gastos, de olho nas eleições, ganha um novo capítulo com a estimativa de que faltam R$ 7 bilhões para pagar as despesas já previstas.

Isso pode fazer com que em março seja anunciado um contingenciamento dos gastos, para evitar que algumas pastas fiquem sem dinheiro.

De acordo com o Valor Econômico, o caso mais grave ocorre no Ministério da Economia, que sofreu um corte de R$ 5 bilhões no orçamento.

Os recursos para pagar organizações internacionais, aumentar o capital de bancos e outras despesas devem acabar em maio. Já a previdência social deve ter dinheiro até junho ou julho.

Enquanto isso, a PEC dos Combustíveis que tramita no Senado teria um custo de R$ 100 bilhões e o novo Refis, discutido na Câmara dos Deputados, pode ter um impacto de R$ 90 bilhões.

4. Mercado de ações americanas

As bolsas de valores dos EUA devem abrir em queda acentuada devido aos temores de guerra, que estão azedando ainda mais um clima que já havia se tornado negativo no final da semana passada em resposta ao índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan para fevereiro.

Às 08h56, os futuros da Nasdaq 100 recuavam 0,94%, enquanto os da S&P 500 e da Dow Jones caem 0,66% e 0,73%, respectivamente.

O Nasdaq também teve um desempenho inferior na sexta-feira, com os comerciantes contemplando uma combinação simultânea de enfraquecimento da atividade do consumidor e política monetária mais apertada para reduzir a inflação.

As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem a Lockheed Martin (NYSE:LMT), que cedeu ao inevitável no fim de semana e desistiu de seu acordo para comprar a Aerojet Rocketdyne devido a preocupações antitruste.

Esse desenvolvimento é o mais recente sinal de que o governo Biden está reprimindo a concentração da indústria, após sua resistência à oferta da Nvidia pela ARM e várias ofertas canadenses para Kansas City Southern (NYSE:KSU)

5. Petróleo e commodities espremidos em alta com os temores da Rússia

Os preços do petróleo bruto atingiram novas máximas de sete anos durante a noite devido a preocupações sobre a disponibilidade das exportações de petróleo russo no caso de sanções ocidentais em resposta a uma invasão da Ucrânia.

Às 09h, os futuros de petróleo nos EUA recuam 0,46%, a US$ 92,67, enquanto os de Brent caem 0,49%, US$ 93,98.

Da noite para o dia, o WTI subiu para US$ 94,81 o barril, em parte devido ao temor de que os EUA e a UE fecharão os bancos russos do sistema de mensagens financeiras SWIFT, o canal pelo qual quase todos os compradores internacionais executam seus pagamentos para as exportações de energia russas.

A falta de acesso ao SWIFT forçaria os compradores internacionais a buscar fontes alternativas de energia no curto prazo, em um momento em que o mercado de petróleo já tem pouca capacidade ociosa.

Os apertos também foram visíveis em outros produtos onde a Rússia é um dos principais exportadores, como Trigo, Níquel e Paládio.

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