Confira as principais notícias internacionais desta segunda-feira (05):
1. Pequim deixa yuan recuar e se volta contra a agricultura dos EUA
Depois do presidente Donald Trump prometer que colocaria uma tarifa de 10% sobre mais US$ 300 bilhões em mercadorias chinesas a partir de 1º de setembro se não houvesse progresso nas negociações comerciais, Pequim teria entrado em ação de retaliação nesta segunda-feira.
O governo chinês pediu a suas empresas estatais para suspender as importações de produtos agrícolas, de acordo com fontes familiarizadas com a situação citada pela Bloomberg.
A China também parecia preparada para responder na frente cambial, permitindo que o yuan chinês caísse mais de 1% para menos de 7 por dólar pela primeira vez em uma década. A queda veio quando o Banco Popular da China definiu o ponto médio diário da banda de negociação da moeda em 6,9225 por dólar, seu nível mais fraco desde dezembro de 2018.
Trump há muito critica Pequim por manipular sua moeda para obter uma vantagem comercial, e a fraqueza adicional do yuan poderia aumentar ainda mais as tensões com Washington.
2. Bolsas do mundo entram no modo aversão ao risco, enquanto tensões aumentam
O sentimento de aversão ao risco se intensificou nesta segunda-feira, quando a ordem de Pequim de suspender as importações agrícolas americanas, juntamente com uma queda no yuan chinês, serviram para aumentar a venda.
As bolsas europeias caíram quase 2%, enquanto os futuros dos EUA apontaram para um declínio de mais de 1% na abertura.
As ações asiáticas caíram para o menor nível em seis meses, enquanto o índice Hang Seng liderou as perdas na região, com Hong Kong entrando na nona semana de protestos, incluindo uma greve em toda a cidade, a primeira em mais de 50 anos.
A ameaça de Trump de aumentar as tarifas sobre produtos chineses fez com que o S&P 500 fechasse na última sexta-feira com seu pior desempenho semanal, uma queda de 3,1%. O Nasdaq também caiu 3,9%, o maior declínio semanal em 2019, enquanto o índice Dow acumulou uma queda de 2,6%, o segundo pior do ano.
Os mercados provavelmente permanecerão focados na evolução do comércio, uma vez que o dilúvio de lucros diminui nesta semana, com apenas cerca de 62 empresas do S& P 500 reportando. Loews (NYSE: L), Tyson Foods (NYSE: TSN) e Cars.com (NYSE: CARS) estão entre as empresas programadas para divulgação de resultados na segunda-feira.
3. Demanda por portos seguros sobe em meio a tensões comerciais
Com o sentimento de aversão ao risco em pleno andamento, os investidores correram para ativos portos-seguros em uma fuga das ações mais arriscadas.
O ouro à vista subiu mais de 1% para o nível mais alto desde maio de 2013.
A demanda de renda fixa foi refletida pelo rendimento do Tesouro americano com vencimento de 10 anos, que atingiu uma baixa de três anos, enquanto o título de 10 anos da Alemanha viu o seu rendimento mergulhar ainda mais em território negativo, marcando a maior baixa de todos os tempos.
Nos mercados cambiais, as moedas portos-seguros, como o iene e o franco suíço, receberam um impulso contra o dólar.
O bitcoin, que alguns investidores do mercado argumentam que deve ser considerado um ativo de refúgio, saltou para cerca de US$ 1.000, atingindo US$ 11.000 no fim de semana pela primeira vez em duas semanas.
4. Atividade do setor de serviços dos EUA
Em um dia magro para o calendário econômico americano, o foco do mercado será a leitura da atividade do setor de serviços do Instituto de Gerenciamento de Fornecimento, o maior da América, às 11h00.
O PMI não-industrial para julho deve se fortalecer um pouco depois que o indicador de produção registrou sua leitura mais fraca em quase três anos na semana passada.
Uma pesquisa semelhante para a China foi divulgada durante a noite e mostrou que o setor de serviços do país se expandiu no ritmo mais lento em cinco meses.
Pesquisas na Europa mostraram a tendência geral de que o crescimento robusto dos serviços compensasse um setor industrial em rápida deterioração, de acordo com o IHS Markit, enquanto o fato de a atividade do setor de serviços do Reino Unido atingir um recorde de nove meses fez pouco para reduzir o risco de estagnação no terceiro trimestre.
5. Preços do petróleo caem com preocupações comerciais
As preocupações de que a crescente disputa comercial EUA-China exacerbará a desaceleração econômica global, reduzindo a demanda por petróleo, fizeram com que os preços do petróleo caíssem em torno de 1%.
Isso apesar do fato de que o Irã teria apreendido outro petroleiro no Golfo Pérsico, acusando a embarcação de contrabando de combustível para alguns países árabes.
É a terceira apreensão de petroleiros no Estreito de Ormuz, aumentando as preocupações de que o conflito possa restringir a oferta em um dos principais pontos de embarque do petróleo global.
– Reuters contribuiu com esta reportagem