Por Noreen Burke, da Investing.com – A temporada de balanços nos EUA começa com força total nesta semana, com foco especial no setor financeiro.
Os resultados dos balanços irão testar as ações de crescimento, justamente num momento em que os investidores se preparam para que o Federal Reserve (Fed) comece a subir as taxas de juros.
O Banco do Japão tem reunião marcada, enquanto o Banco Central Europeu publicará sua ata.
O calendário econômico dos EUA está leve em uma semana curta em função do feriado de Martin Luther King, Jr. na segunda-feira, quando os mercados do país estarão fechados.
Enquanto isso, os dados do PIB vindos da China podem fomentar especulação sobre a flexibilização monetária.
Sem feriado na semana, o calendário econômico brasileiro também será pequeno, com atenção dos investidores na segunda-feira (16) com a divulgação dos dados de novembro do IBC-Br.
Aqui está o que você precisa saber para começar a sua semana.
1. Temporada de Balanços nos EUA
Os resultados do quarto trimestre do setor financeiro continuam nesta segunda, após a divulgação de balanço de JPMorgan (NYSE:JPM) (SA:JPMC34), Citigroup (NYSE:C) (SA:CTGP34), Wells Fargo (NYSE:WFC) (SA:WFCO34) e BlackRock (NYSE:BLK) (SA:BLAK34) na sexta-feira.
Serão conhecidos durante a semana os resultados de: Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34), na segunda-feira; do Charles Schwab (NYSE:SCHW) (SA:SCHW34) e do BNY Mellon (NYSE:BK) (SA:BONY34) na terça-feira, seguidos do Morgan Stanley (NYSE:MS) (SA:MSBR34) e do Bank of America (NYSE:BAC) (SA:BOAC34) na quarta-feira.
Dentre as grandes empresas não financeiras que anunciam seus resultados na semana, destacam-se a Procter & Gamble (NYSE:PG) (SA:PGCO34) na quarta-feira e a Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34) na quinta-feira, a primeira das empresas "FAANG" a divulgar seus ganhos.
Os investidores estarão atentos aos planos da gigante do streaming para novos conteúdos, além das suas perspectivas em relação a assinantes.
O índice Dow Jones fechou em baixa na sexta-feira, arrastado pelo recuo dos principais bancos, como JPMorgan e Citigroup, após os resultados terem suscitado preocupações quanto à queda nas receitas de negociação e no crescimento de empréstimos.
Espera-se que os executivos dos bancos mantenham o otimismo em relação às perspectivas, mas como alguns analistas observaram, as ações dos bancos muitas vezes apresentam melhor desempenho às vésperas de elevações de juros do que durante os aumentos dessas taxas.
2. Teste para ações de crescimento?
As ações de tecnologia e crescimento dos EUA tiveram um começo difícil em 2022, aumentando as apostas para esta temporada de resultados, quando os investidores procuram razões para se manterem firmes às vésperas dos aguardados aumentos de juros por parte do Fed.
Os touros da tecnologia torcem que uma forte temporada de resultados possa reverter as quedas motivadas pelo aumento dos rendimentos do Tesouro e as expectativas de que o Fed irá apertar a política monetária, elevando as taxas de forma agressiva a fim de combater a inflação.
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À medida que o Fed aumenta as taxas de juros do curto prazo, os investidores estarão atentos à escalada dos rendimentos do Tesouro dos EUA a longo prazo. Rendimentos mais altos significam maior desconto em lucros futuros, um fator negativo para as ações de crescimento.
"Dado o desempenho recente desses nomes de tecnologia, será que os resultados serão uma salvação para eles?" diz Walter Todd, diretor de investimento da Greenwood Capital, à Reuters. "Ao longo do próximo mês, ver como alguns destes nomes de tecnologia respondem aos seus números… será interessante".
3. Bancos centrais
O Banco do Japão (BoJ) deverá manter a política em vigor e revisar para cima a sua previsão de inflação ao final dos dois dias da sua reunião de política monetária, que começa na terça-feira. Embora a inflação permaneça bem abaixo da meta de 2% do banco, um crescimento recente nos custos globais das commodities levou mais empresas a reajustarem os preços.
O Banco Central Europeu (BCE) publicará na quinta-feira a ata da sua reunião de dezembro, quando prorrogou as medidas de estímulo, em meio a um debate persistente sobre a melhor forma de combater as crescentes pressões sobre os preços no bloco.
Enquanto isso, o Fed entra no seu tradicional período de calmaria às vésperas da sua próxima reunião de política monetária, entre 24 e 25 de janeiro.
4. Dados no Brasil e nos EUA
Semana será esvaziada de indicadores econômicos no Brasil e nos EUA.
O destaque no Brasil será o IBC-Br de novembro nesta segunda-feira, junto com o Boletim Focus. No mesmo dia, o IGP-10 de janeiro também será divulgado. E, por fim, o fluxo cambial estrangeiro será divulgado na quarta-feira, como de costume.
Nos EUA haverá atualizações sobre o setor habitacional e pesquisas regionais sobre indústria ao longo da semana encurtada pelo feriado.
O índice Empire State de atividade industrial deve ser divulgado na terça-feira, acompanhado pelos dados de licenças de construção e novas construções residenciais na quarta-feira.
A quinta-feira traz os índice de atividade industrial do Fed de Filadélfia, junto de atualizações sobre pedidos iniciais de auxílio-desemprego e vendas de imóveis residenciais existentes.
As pesquisas de manufatura devem apontar o impacto que a onda da variante ômicron do coronavírus teve sobre a atividade industrial, enquanto os dados habitacionais devem se manter sólidos. Nenhum dos dados deve alterar significativamente as expectativas do mercado para a elevação dos juros por parte do Fed em março.
5. PIB chinês
O Produto Interno Bruto da China expandiu 4,0% no período entre outubro e dezembro sobre o ano anterior, e a economia cresceu 8,1% em 2021, contra previsão de 8,0%.
Com informações de Reuters.
