Agenda Econômica

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Aqui está o que você precisa saber para começar a sua semana

- Anna Nekrashevich
- Anna Nekrashevich

Por Noreen Burke e Ana Julia Mezzadri, da Investing.com – A primeira grande leva de balanços nos EUA dará aos investidores muito o que digerir nesta semana, enquanto dados econômicos podem ajudar a consolidar as expectativas de que o Federal Reserve inicie o tapering.

Os números do crescimento econômico da China no terceiro trimestre, que serão divulgados nesta segunda-feira (18), vão demonstrar o impacto dos vários golpes sofridos recentemente pela segunda maior economia do mundo.

Os dados da inflação do Reino Unido, ao longo da semana, podem reforçar as crescentes expectativas de elevação das taxas por parte do Banco da Inglaterra.

Enquanto isso, o primeiro ETF de futuros do Bitcoin deve começar a ser negociado, e pode levar a moeda digital para perto da sua máxima histórica.

Aqui está o que você precisa saber para começar a sua semana:

1. Balanços

Dezenas de empresas norte-americanas irão divulgar seus resultados na próxima semana, entre elas Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34), Intel (NASDAQ:INTC) (SA:ITLC34) e Johnson & Johnson (NYSE:JNJ) (SA:JNJB34), com o início da primeira grande onda de resultados do terceiro trimestre.

Na quinta-feira, a Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34) dá início à divulgação de resultados do terceiro trimestre das chamadas "FAANG", as gigantes de tecnologia dos EUA: Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), Netflix e Alphabet (SA:GOGL34) (SA:GOGL34), controladora do Google (NASDAQ:GOOGL).

A empresa de streaming anunciou que "Round 6" tornou-se seu maior lançamento de uma série da história, enquanto a Bloomberg publicou que o megahit irá gerar quase US$ 900 milhões em valor para a Netflix.

As ações dos EUA avançaram na sexta-feira e o Dow registrou seu maior ganho percentual em uma semana desde junho, após o Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34) anunciar um sólido início dos resultados no terceiro trimestre para os grandes bancos, embora os investidores devam ficar atentos nas próximas semanas aos sinais dos impactos das interrupções na cadeia de fornecimento e dos custos mais elevados, principalmente da energia.

2. Dados econômicos

Os EUA devem divulgar os dados sobre a produção industrial na segunda-feira, seguidos dos relatórios sobre licenças de construção e início de construções na terça-feira (19).

É provável que a produção industrial tenha sido contida por problemas na cadeia de fornecimento, mas espera-se que os dados relativos à habitação continuem sólidos, com o recente aumento em pedidos de hipoteca indicando um novo aumento de atividade após uma leve desaceleração durante a primavera e o verão do hemisfério norte.

O Livro Bege do Fed tem sua divulgação programada para quarta-feira, com possibilidades de consolidar as expectativas a respeito do tapering.

A ata da semana passada da reunião de setembro do Fed mostrou que um anúncio em novembro está nos planos e que a redução gradual da recompra de títulos poderia começar ainda ao final daquele mês.

Sem grandes divulgações programadas, o mercado brasileiro ficará de olho no Boletim Focus na segunda-feira, com as expectativas atualizadas do mercado para IPCA, Selic, PIB e dólar.

Além disso, serão divulgados na semana os dados de fluxo cambial estrangeiro, na quarta-feira (20), receita tributária federal, na quinta (21), e transações correntes e investimento estrangeiro direto na sexta (22).

3. PIB chinês

A economia da China cresceu no terceiro trimestre de 2021 em seu ritmo mais lento em um ano, com uma crise global de energia, gargalos na cadeia de abastecimento e um mercado imobiliário instável com a crise da dívida em curso do China Evergrande Group.

Dados divulgados no início do dia (noite de domingo no Brasil) apontaram que o PIB cresceu 0,2% em relação aos três meses anteriores, contra a expectativa de crescimento de 0,5% e o expansão de 1,3% do mês anterior.

O PIB anual cresceu 4,9%, inferior ao consenso de alta de 5,2% das projeções e ao crescimento de 7,9% registrado em agosto de 2021.

"A recuperação econômica doméstica ainda é instável e desigual", disse o porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS), Fu Linghui, em uma entrevista coletiva na segunda-feira.

O crescimento lento contrasta com a impressionante recuperação econômica do país a partir do Covid-19 em 2020, impulsionada pela contenção eficaz do coronavírus e pelo aumento da demanda no exterior por produtos manufaturados chineses.

Já a produção industrial anual subiu 3,1% em setembro, abaixo da expectativa de alta de 4,5% e da expansão de 5,3% do mês anterior. Enquanto as vendas no varejo avançaram 4,4% em relação ao ano anterior em setembro, acima dos 3,3% das previsões e do crescimento de 2,5% do mês anterior.

A taxa de desemprego ficou em 4,9%, inferior aos 5,1% registrados em agosto.

O setor industrial foi atingido pela crise de energia, com a escassez de carvão provocando racionamento de energia. O setor também foi duramente atingido por restrições ambientais sobre indústrias altamente poluidoras, como usinas siderúrgicas, e inundações durante o verão.

4. Inflação do Reino Unido

Espera-se que os dados de quarta-feira apontem, em setembro, o aumento mais rápido da inflação dos preços ao consumidor no Reino Unido em quase nove anos, com os economistas prevendo uma valor de 3,2% ao ano.

O relatório será acompanhado com grande atenção devido às expectativas crescentes de que o BoE eleve as taxas de juros antes do final do ano para combater a inflação em alta, tornando-se o primeiro grande banco central a fazê-lo desde o início da pandemia do coronavírus.

A escalada dos preços de energia e os gargalos na cadeia de fornecimento fazem com que o BoE preveja que a inflação irá superar 4% no final do ano, permanecendo nesse nível no primeiro semestre de 2022.

5. ETF de futuros do Bitcoin

Os primeiros ETFs de futuros do Bitcoin listados nos EUA serão lançados na próxima semana, salvo alguma objeção de última hora da Securities and Exchange Commission.

O ProShares Bitcoin Exchange Traded Fund está programado para estrear sua negociação na Bolsa de Valores de Nova York na terça-feira. No dia seguinte, o Invesco Bitcoin Strategy ETF, também terá autorização para sua estreia, a menos que a SEC o bloqueie.

Os ETFs serão baseados em futuros do Bitcoin que já são negociados na Bolsa de Valores de Chicago em vez da criptomoeda em si, devido a preocupações regulatórias quanto a uma potencial falta de liquidez e ao risco de manipulação de preços no mercado à vista.

O lançamento dos ETFs pode abrir caminho para um fluxo de produtos semelhantes, potencialmente alimentando uma nova sequência de alta da maior moeda digital do mundo, que atingiu máximas de US$ 62.892 na sexta-feira, não muito longe da sua máxima histórica de US$ 64.778.

Com informações de Reuters.