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Os dados sobre a inflação serão o destaque do calendário econômico do Brasil e dos EUA desta semana, enquanto os investidores continuam a digerir a decisão do Federal Reserve (Fed) de começar a reduzir as medidas de estímulo

- Jerome Powell, presidente do Federal Reserve
- Jerome Powell, presidente do Federal Reserve

Por Noreen Burke e Leandro Manzoni, da Investing.com – Os dados sobre a inflação serão o destaque do calendário econômico do Brasil e dos EUA desta semana, enquanto os investidores continuam a digerir a decisão do Federal Reserve (Fed) de começar a reduzir as medidas de estímulo, que marca o início de uma política monetária menos frouxa.

Vários representantes do Fed, inclusive o presidente Jerome Powell, têm agenda de aparições em público, nas quais os investidores estarão à procura das suas opiniões quanto às pressões dos preços elevados.

A temporada de balanços chega ao fim nos EUA, mas ainda diversas companhias farão seus anúncios durante a semana, enquanto no Brasil haverá uma enxurrada de resultados.

O Reino Unido divulgará dados de crescimento, e o Partido Comunista da China deverá aprovar um terceiro mandato para o Presidente Xi Jinping.

Por fim, a Câmara dos Deputados votará o segundo turno da PEC dos Precatórios.

Aqui está o que você precisa saber na próxima semana:

1. Dados da inflação nos EUA e no Brasil

Os dados sobre a inflação dos preços ao produtor em outubro têm divulgação marcada para terça-feira, acompanhados pelos números sobre a inflação dos preços ao consumidor no dia seguinte.

A expectativa é que os números do IPC atinjam os seus níveis mais elevados até agora no pós-pandemia, com a previsão dos economistas de um aumento de 0,6% no mês a mês e 5,8% em um ano.

O núcleo da inflação, que exclui os custos dos alimentos e de energia, deve subir a uma taxa anualizada de 4,3%.

Na sua última reunião, o Federal Reserve manteve a perspectiva de que a inflação em alta se revelaria "transitória", sem exigir um rápido aumento das taxas de juros, levando os investidores a chamar a medida de "dovish taper".

Embora o banco central dos EUA tenha conseguido comunicar até agora os planos para começar a reduzir suas compras mensais de títulos sem desencadear um ataque de fúria, os elevados dados da inflação que alimentam a especulação sobre a subida das taxas podem mudar esse cenário.

No Brasil, os investidores estarão atentos ao IPCA de outubro, que será conhecido na quarta-feira (10). A expectativa do mercado é de uma alta de 1,06% na base mensal, o que seria uma leve desaceleração em relação ao avanço de 1,16% em setembro.

Na base anual, a projeção do IPCA é de uma alta de 10,48%, uma aceleração em relação ao avanço de 10,25% de setembro.

Antes, o mercado monitora a nova edição do Boletim Focus, especialmente às expectativas do IPCA para 2022 e 2023, que estão se deteriorando em 2021 e, mais fortemente, após à alta de 1,2% do IPCA-15 de outubro, acima da projeção de 0,97%.

2. Declarações do Fed

O presidente do Fed, Jerome Powell, fará duas aparições ao longo da semana, a primeira em uma conferência online na segunda-feira sobre gênero e economia realizada pelo Fed.

Na terça-feira, ele vai palestrar numa conferência online sobre diversidade e inclusão na economia e no banco central, organizada em conjunto pelo Conselho do Federal Reserve, pelo Banco do Canadá, pelo Banco da Inglaterra e pelo Banco Central Europeu.

Outros funcionários da Fed que deverão falar durante a semana incluem Richard Clarida, vice-presidente do Fed, John Williams, Presidente do Fed de Nova York, Michelle Bowman, governadora do Fed, Patrick Harker, presidente do Fed da Filadélfia, Charles Evans, presidente do Fed de Chicago, e Mary Daly, presidente do Fed de São Francisco.

3. Balanços

Os ganhos acima do esperado no terceiro trimestre impulsionaram as ações, sendo que os principais índices de Wall Street fecharam em altas recordes na sexta-feira após robusto relatório de emprego nos EUA e dados positivos para a pílula antiviral experimental da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) contra a Covid-19.

A última rodada de resultados pode agir como um catalisador para novas escaladas do mercado. As empresas que fazem seus anúncios na próxima semana incluem a Walt Disney (NYSE:DIS) (SA:DISB34), do entretenimento, as farmacêuticas AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34) e BioNTech (NASDAQ:BNTX) (SA:B1NT34), além de Softbank (T:9984), PayPal (NASDAQ:PYPL) (SA:PYPL34), Coinbase (NASDAQ:COIN), AMC Entertainment (NYSE:AMC), Krispy Kreme (NASDAQ:DNUT) e Adidas AG (DE:ADSGN) entre outros.

No Brasil, haverá uma enxurrada de resultados, com destaques para Magazine Luiza (SA:MGLU3), Via (SA:VIIA3), Lojas Renner (SA:LREN3), Americanas (SA:LAME4) (SA:AMER3) e Gol (SA:GOLL4).

4. PIB do Reino Unido, dados de atividade e PEC dos Precatórios no Brasil

Depois de o Banco de Inglaterra ter driblado os mercados com sua decisão de manter as taxas de juros inalteradas na semana passada, o Reino Unido deverá divulgar dados sobre o crescimento no terceiro trimestre na quinta-feira.

A expectativa é que o PIB diminua para 1,5% em comparação ao trimestre anterior.

Os investidores haviam antecipado que o BoE seria o primeiro dos principais bancos centrais do mundo a elevar as taxas de juros após a pandemia da Covid-19.

O BoE manteve viva a perspectiva de uma movimentação em breve, dizendo que provavelmente teria de aumentar as taxas a partir dos níveis mínimos de 0,1% "ao longo dos próximos meses", se a economia tiver o desempenho esperado, mas considerou que "havia valor em esperar" os dados sobre o mercado de trabalho.

No Brasil, as vendas do varejo de setembro serão conhecidos na quinta-feira, com a projeção de queda de 1% na base mensal, diminuindo a intensidade da queda registrada em agosto (-3,1%).

Já o crescimento do setor de serviços também de setembro será divulgado na sexta-feira, com expectativa de alta de 0,5% em relação ao mês anterior, mantendo o ritmo de crescimento registrado em agosto.

Em Brasília, ocorrerá a votação do segundo turno da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados na terça-feira.

Após ser aprovada com margem mínima na semana passada, o cenário de incerteza quanto à aprovação retornou: a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber suspendeu temporariamente o repasse de verbas do governo à base aliada do Orçamento secreto, o que teria sido decisivo para a aprovação da semana passada.

O plenário do STF vai avaliar e votar a decisão de Weber antes da votação de terça-feira, com previsão de um resultado aperto favorável à manutenção da suspensão.

Além disso, partidos como PDT, PSB e PSDB, nos quais alguns parlamentares votaram a favor da PEC, podem rever o posicionamento.

5. China

Os principais líderes do Partido Comunista Chinês se reúnem em Pequim de segunda a quinta-feira, quando o Comitê Central pode decidir conceder um inédito terceiro mandato para o Presidente Xi Jinping.

A reunião acontece em um momento em que o crescimento da segunda maior economia do mundo vacila entre medidas rigorosas para frear surtos do coronavírus, contração no mercado imobiliário, escassez de energia e cadeias de fornecimento interrompidas.

Os dados de domingo mostraram que as exportações chinesas desaceleraram em outubro, mas ainda superaram as expectativas, enquanto as importações ficaram abaixo das previsões, indicando uma fraqueza continuada da demanda interna.