Por Gabriel Codas
Investing.com – Na esteira de novas reduções de expectativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 por instituições financeiras, devido aos efeitos negativos do coronavírus na economia, os economistas ouvidos pelo Boletim Focus do Banco Central (BC) voltaram a ampliar a estimativa retração na economia brasileira no ano corrente.
A mediana das previsões dos economistas consultados no Boletim divulgado nesta segunda-feira (13) foi de queda de 1,96%, contra -1,18% na edição da semana passada. Por outro lado, os analistas ampliaram as apostas de crescimento econômico de 2,50% para 2,70% em 2021, mantendo em 2,50% em 2022 e 2023.
Os analistas também revisaram para baixo a inflação oficial de 2020, de 2,72% da projeção da semana passada para 2,52%. Há quatro semanas, a aposta era de um IPCA a 3,10% no fim do ano. A aposta para o fechamento do ano-calendário segue abaixo do centro da meta de 4,00% e no limite da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Na quinta-feira, o IBGE divulgou que a inflação oficial do Brasil registrou em março o menor nível para o mês desde 1994, mas ainda assim mostrou as consequências das medidas de isolamento devido à pandemia do coronavírus com aumento dos preços da alimentação em domicílio.
Em março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou a alta a 0,07%, ante 0,25% no mês anterior. O dado ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,15% e é o mais fraco para um mês de março desde o início do Plano Real em 1994.
A inflação acumulada em 12 meses chegou a 3,30%, de 4,01% em fevereiro e contra expectativa de avanço de 3,38%.
Houve queda nas estimativas de inflação para 2021, com os analistas estimando o IPCA em 3,41%. A estimativa fica abaixo do centro da meta de inflação estipulado para o ano que vem, de 3,75%.
A redução na estimativa de crescimento e a perspectiva de queda da inflação este e no próximo ano levam os analistas a apostar em novas reduções da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A autoridade monetária deve realizar mais um corte em 2020, desta vez de 0,50 ponto percentual na reunião de maio, indo do atual patamar de 3,75% para 3,25%. Os analistas não preveem novas reduções em diante.
Os analistas também estimam que o ciclo da alta de juros se inicie ano que vem, com uma Selic a 4,50% no fim de 2021. Já para 2022 segue em 6,00%, como a de 2023, em 6,00%.
Em relação ao dólar, as apostas de 2020 foram elevadas de R$ 4,50 para R$ 4,60, após encerrar 2019 a R$ 4,0195. A moeda americana iniciou o forte período de volatilidade após o Carnaval, quebrando sucessivos recordes máximos de fechamento até semana passada, sem perspectiva de trégua.
Há quatro semanas, os analistas projetavam um dólar a R$ 4,35 no fim do ano. No ano que vem, as estimativas foram elevadas para R$ 4,47, depois de uma elevação na semana anterior para R$ 4,40