A queda dos juros e o aumento da rentabilidade das ações com a expectativa de aprovação da reforma da Previdência estão mexendo com o setor de fundos. A captação aumentou e há maior diversificação, com os fundos de ações voltando a receber depósitos depois de anos de esquecimento. Os fundos renda fixa com papéis atrelados à inflação também são destaque, com ganhos em alguns casos até acima aos de ações.
É o que mostra o balanço mensal da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Após registrarem resgates líquidos de R$ 15,3 bilhões em abril, os fundos de investimento apresentaram captação líquida de R$ 44,9 bilhões em maio. De acordo com dados da Anbima, o setor de fundos já acumula ingressos líquidos de R$ 86,5 bilhões neste ano, com avanço de 29,4% em relação aos primeiros cinco meses de 2018.
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Fundos de ações recebem R$ 20 bi
Os fundos de ações são o destaque positivo do ano, com captação líquida de R$ 19,7 bilhões entre janeiro e maio. Apesar disso, o resultado ainda está 8,2% abaixo do mesmo período do ano passado, quando foram registrados R$ 21,5 bilhões. “A percepção do mercado e dos investidores de que os juros devem permanecer baixos por um longo período segue estimulando a diversificação das carteiras”, afirma Carlos André, vice-presidente da Anbima.
Na sequência de captação, aparecem os fundos de previdência, com R$ 10,7 bilhões e alta de 14,6% sobre os primeiros cinco meses de 2018. A maior captação líquida do ano é, entretanto, dos fundos de investimento em direitos creditórios (Fidc, fundos que compram cheques, faturas de cartões e outros recebíveis), com R$ 43,1 bilhões, a partir de movimentos pontuais e concentrados em alguns fundos da classe, observa a associação.
Multimercados têm segundo mês seguido de resgates
Já os fundos multimercado, que foram destaque no ano passado em atração de investidores, perderam espaço para os de ações. Em maio, a classe apresentou saída líquida de R$ 5,1 bilhões, o segundo mês consecutivo de captação líquida negativa. No ano, essa classe registra entrada líquida de R$ 3,7 bilhões, enquanto no mesmo período de 2018 registrava R$ 45,0 bilhões.
Um cenário mais definido, com a eleição de Jair Bolsonaro, e a aposta nas reformas, que beneficiariam as ações, levam o investidor a apostar diretamente na bolsa via fundos de ações, em vez de deixar o gestor do multimercado definir onde aplicar.
Juro baixo e aposta em reformas beneficiam ações e renda fixa longa
Em relação aos rendimentos, as médias da maioria dos fundos seguem positivas. Em maio, o aumento da percepção do mercado de que há probabilidade de redução adicional da Selic refletiu nos resultados, principalmente dos fundos de renda fixa de prazos mais longos.
No ano, os tipos Renda Fixa Duração Alta Soberano (que investe somente em títulos públicos federais com prazos maiores) e Renda Fixa Duração Alta Grau de Investimento (que investe, no mínimo, 80% da carteira em títulos públicos federais com prazos maiores), tiveram rentabilidades médias de 8,60% e de 6,21%, respectivamente.
Entre os fundos de Ações, o tipo Índice Ativo (cuja gestão tem o objetivo de superar o referencial, como o Ibovespa) acumula retorno médio de 11,32% e o tipo Livre (que não tem o compromisso de seguir uma estratégia específica) chega a 11,06% no ano. Já nos Multimercados, tipo Macro (que realiza operações com estratégias baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazos) a rentabilidade média é de 4,71% entre janeiro e maio.
O post Fundos captam R$ 45 bi em maio e R$ 86,5 bi no ano; ações lideram ganhos e voltam a captar apareceu primeiro em Arena do Pavini.