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Fundos imobiliários voltados ao agronegócio demonstram variedade desse mercado

Neste espaço, já falamos sobre os aspectos do mercado imobiliário no momento pelo qual estamos passando, incluindo expectativas, resultados, tipos de fundos imobiliários etc. Nesse contexto, é interessante, também, conhecer alguns fundos com finalidades específicas e menos conhecidas, como é o caso dos fundos voltados ao Agronegócio.

O financiamento da agricultura por meio do mercado financeiro é o resultado de uma busca pela viabilidade de novas fontes e instrumentos de captação de recursos, ampliando suas alternativas e reduzindo seu custo, além de diversificar e distribuir risco entre os aplicadores e de democratizar o acesso ao capital.

Estratégias diferentes

Desses fundos específicos, podemos dar como exemplo o Terrax, que estreou recentemente na B3. Em um primeiro momento, esse fundo tem como objetivo captar R$ 750 milhões para comprar fazendas de soja, milho e algodão em Mato Grosso, Maranhão, Goiás e Piauí. 

Segundo o prospecto, o fundo já tem grande parte do valor da oferta em contratos vinculantes fechados e com due diligence pronta. 

Além disso, o fundo tem por premissa comprar terras por um valor significativamente abaixo do valor de mercado – um arranjo que faz com que o agricultor queira recomprar a propriedade ao final do contrato. O Terrax vai cobrar 6% ao ano pelo arrendamento e outros 6% de valorização. Como o valor da revenda ao final do contrato é pré-fixado, o fundo vai hedgear contra o risco de inflação.

O retorno se dá pelo emprego de duas estratégias: comprar terras de produtores que queiram desmobilizar uma parcela de seu patrimônio; e financiar produtores que queiram comprar áreas para a expansão da produção. 

O Terrax vai permitir, por exemplo, que um produtor substitua uma dívida cara e de curta duração por um financiamento de 10 anos com o fundo, numa operação de sale leaseback com amortizações anuais e compromisso de recompra.

A meta do fundo é um yield entre 9% a 10% ao ano, já descontadas as taxas. Para comparação, os FIIs de Shoppings e CRIs negociam hoje a um yield médio de 6% a 7%.

Diversidade de fundos

Outro exemplo é o Quasar Agro, destinado a investidores em geral e que tem por objetivo investir em empreendimentos imobiliários, prioritariamente no segmento do agronegócio. Os recursos captados são usados para investimentos em infraestrutura, armazenagem e processamento de itens, tais como matérias-primas, insumos, produtos intermediários e produtos finais da cadeia do agronegócio.

Além desses dois exemplos, eu poderia citar outros com abordagens semelhantes, demonstrando o aumento do número de fundos criados para esse objetivo.

Este artigo não tem a pretensão de analisar o desempenho desses fundos e tampouco recomendar ou não o investimento neles. O objetivo é apenas demonstrar que os fundos imobiliários podem dar acesso a uma diversidade de imóveis, tais como shoppings, prédios de escritórios, galpões logísticos, e também terras rurais, estádios de futebol, entre outros, envolvendo imensa diversidade e variedade de opções.

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