A indústria brasileira de fundos registrou o pior primeiro semestre de sua história neste ano, com saídas de R$ 205 bilhões (-2,75% em relação aos ativos administrados – AUM – YTD), com saídas líquidas na maioria dos meses desde maio do ano passado, segundo a agência de classificação de risco Fitch.
Os maiores resgates foram computados em fundos de renda fixa (R$ 110 bilhões e -4,00%), com maior demanda por depósitos a prazo e aplicações isentas de impostos, como letras de crédito, que têm apresentado maior rentabilidade.
Grande parte das classes de ativos também registraram saídas, como multimercados (R$ 54 bilhões e -3,41%) e renda variável (R$ 38 bilhões e -7,62%), devido às altas taxas de juros (13,75% desde agosto de 2022) e ao aumento da aversão a riscos relacionados a questões econômicas e incertezas políticas.
A grande melhora do mercado de ações e as altas taxas de juros trouxeram bons ganhos no segundo semestre, contudo.
Os fundos de ações foram o destaque, com rentabilidade de até 13,0% e reversão de perdas nos últimos trimestres. No entanto, a volatilidade permanece.
A maioria das subclasses de renda fixa apresentou retornos acima de 6%, enquanto os multimercados foram menores, prejudicados por posições em taxas de juros.
Os fundos cambiais, por sua vez, perderam com a valorização do real frente ao dólar.