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G-20 começa com tensão entre Macron e Bolsonaro

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Líderes mundiais iniciaram discussões na reunião de cúpula do Grupo dos Vinte em Osaka. O encontro de dois dias acontece em um momento de crescentes tensões globais, como a guerra comercial, que está sendo travada entre os Estados Unidos e a China, e o atrito entre Washington e Teerã. Inicialmente, as autoridades discutiram comércio e economia global.

O presidente Jair Bolsonaro participa pela primeira vez do encontro e teve de enfrentar críticas da chanceler Angela Merkel, da Alemanha, e do presidente francês, Emmanuel Macron. Merkel pediu para que a Amazônia seja preservada e Macron ameaçou não assinar o acordo entre União Europeia e Mercosul se o Brasil confirmar sua saída do Acordo de Paris, de proteção ao clima. O presidente francês chegou a cancelar uma reunião bilateral com o brasileiro, mas depois voltou atrás e ambos mantiveram uma reunião informal, que terminou com Bolsonaro convidando Macron a visita a Amazônia. A expectativa é de que o acordo do Mercosul avance.

Em encontro, os presidentes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) divulgaram nota dizendo que “continuam comprometidos com a plena implementação do Acordo de Paris”.

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“Vão procurar sua turma”

Já as afirmações de Merkel foram respondidas pelo chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno. “Vão procurar sua turma”, disse o general, afirmando que ninguém teria moral para criticar a política ambiental do Brasil. “O Brasil é um dos países que mais preserva o meio ambiente do mundo”, justificou. O presidente Bolsonaro, por sua vez, disse que não aceitará advertências de outros países, como outros presidentes teriam feito. “Eles (alemães) têm a aprender muito conosco. O presidente do Brasil que está aqui não é como alguns anteriores, que vieram aqui para serem advertidos poroutros países. Não, a situação aqui é de respeito para com o Brasil”, afirmou ao chegar ao Japão.

Defesa do livre comércio

No início da primeira sessão, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou, “Economia livre e aberta é a base da paz e prosperidade. Temores e descontentamento em relação a rápidas mudanças, provocadas pela globalização, às vezes gera tentação de adotar protecionismo e graves conflitos entre nações. Contudo, a adoção recíproca de medidas comerciais restritivas não beneficiam país algum.”

A cúpula teve início oficialmente na manhã de sexta-feira, com uma cerimônia de abertura presidida por Abe. A meta da reunião é superar opiniões divergentes e obter consenso sobre uma ampla gama de questões urgentes.

Reunião Trump-Xi no sábado

As discussões devem dar enfoque ao comércio. Um dos momentos mais esperados é o encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da China, Xi Jinping, no sábado.

Tensões entre os Estados Unidos e o Irã também serão um tema polêmico. A situação vem piorando desde que dois navios petroleiros foram atacados, neste mês, nas proximidades de uma das principais rotas de transporte de petróleo do Oriente Médio. O governo americano culpa Teerã pelo incidente, mas o Irã vem negando as acusações.

Reunião dos Brics

Em reunião informal do Brics, o presidente Jair Bolsonaro disse que o governo pretende trabalhar ativamente pelo fortalecimento do grupo. “Contem com o empenho de nosso governo para que a cooperação entre nós se fortaleça sempre mais”, declarou. “Destaco que nossa união pode colaborar e muito na busca de soluções de conflitos internacionais”.

Críticas ao protecionismo

Segundo ele, desde a crise financeira de 2008, o Brics tem apontado o papel relevante das grandes potências emergentes para a estabilidade e a prosperidade da economia mundial. O presidente reafirmou o apoio do Brasil ao sistema multilateral de comércio. “A persistência de correntes protecionistas e de práticas econômicas desleais é fonte de tensões comerciais e põe em risco a estabilidade das regras internacionais de comércio. Em meu governo, o Brasil reafirmou seu apoio ao sistema multilateral de comércio, por ter certeza de que o dinamismo da economia mundial depende dele”.

Bolsonaro afirmou que o Brasil está disposto em continuar colaborando para a reforma da Organização Mundial do Comércio, com a construção de uma agenda negociadora equilibrada.

O presidente ressaltou, ainda, que a transição energética que os países vêm promovendo é um importante estímulo para a geração de emprego e de renda, e também para o desenvolvimento sustentável. “No Brasil, estamos abrindo o mercado de gás natural, insumo indispensável para o ingresso numa economia com menor impacto ambiental”, afirmou.

Com informações da agência japonesa NHK e agências internacionais.

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