Diante de uma pesada carga de dívida e aos altos custos de se operar uma empresa aérea no Brasil, a Gol (GOLL4) revelou seu plano de revisão estrutural de capital, para isso a companhia contatou a Seabury Capital para gestão de passivos, enquanto ajusta a sua frota e outras obrigações financeiras.
Com esse anúncio, a S&P Global Ratings rebaixou a sua nota de crédito da Gol de CCC+ para CCC— na última terça-feira (5), alertando ainda para um potencial corte adicional em meio a riscos de refinanciamento.
A princípio, a contratação da companhia segue uma série de medidas corporativas que levantaram questões sobre a capacidade da companhia aérea de baixo custo de navegar em um setor de viagens aéreas que foi abalado pela pandemia de covid-19.
A empresa evitou uma recuperação judicial, diferentemente de muitos de seus pares. Mas foi forçada a realizar 10 processos de gestão de passivos ou aumentos de capital desde o início de 2020, disse a empresa em março.
O último movimento da Gol pode “estimular uma discussão mais ampla sobre a estrutura de capital da empresa, dadas as fracas perspectivas de geração de fluxo de caixa e a dependência de refinanciamento nos próximos dois anos”, escreveram as analistas da S&P Amalia Bulacios e Luisa Vilhena, em nota.
Este ano, a Gol anunciou um reestruturação de dívida com o Abra Group, holding criada para controlar as operações da Gol e da Avianca.
No terceiro trimestre deste ano, a empresa reportou um prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão e recentemente reduziu suas projeções para receita e margens do ano.
Nesta quarta-feira (6), por volta das 10h40, as ações GOLL4 operavam em alta de 1,56% a R$ 8,48.