O governador de Roraima, Antônio Denarium, pediu hoje (22) o apoio do presidente Jair Bolsonaro apoio para resolver a crise energética do estado. Em audiência com o presidente, Denarium reivindicou celeridade na obra do Linhão de Tucuruí, a linha de transmissão de energia entre os estados de Roraima e do Amazonas. Segundo Denarium, Bolsonaro comprometeu-se a iniciar a obra no segundo semestre deste ano.
Roraima sofre os impactos da interrupção do fornecimento de energia pela Venezuela após o fechamento da fronteira com o Brasil, em fevereiro. O governador informou que atualmente toda a energia gerada no estado é por meio de termelétricas. “Estão sendo consumidos 1 milhão de litros de óleo diesel por dia. No ano passado, tivemos mais de 72 blecautes, com mais de meia hora cada um. É um caos energético que nós vivemos.”
Uma das reações a esse quadro seria o Linhão de Tucuruí, como é conhecida a obra de construção de uma linha de transmissão para conectar a capital de Roraima, Boa Vista, à do Amazonas, Manaus.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, o linhão terá extensão de 721 quilômetros (km) e 1.440 torres, a maioria às margens da BR-174. Parte da obra passaria pela terra indígena Waimiri Atroari. O ministério aprovou uma ampliação da capacidade de geração por termelétricas em 28,5 MW.
De acordo com Denarium, outra medida importante para responder à crise energética no estado é o leilão de novas fontes renováveis de energia previsto para o próximo mês. “Agora no mês de maio vamos ter leilão de energia de fontes renováveis: fotovoltaica, eólica, biomassa e a gás também”, informou o governador.
Fronteira
Denarium lembrou que a fronteira venezuelana continua fechada, o que gera impacto para os dois países. “Temos centenas de importadores da Venezuela que estão com as suas carretas paradas. E os maiores consumidores do município de Pacaraima [localizado na fronteira] são venezuelanos. As vendas caíram consideravelmente, gerando desemprego.”
O governador acrescentou que outro impacto é no abastecimento de automóveis. Era prática de motoristas brasileiros dirigir-se ao município venezuelano da fronteira para encher os tanques. De acordo com Denarium, a despeito do fechamento da fronteira, ainda há um fluxo de entrada de cerca de 600 venezuelanos no Brasil por dia.