A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp)(SBSP3) afirmou, no último domingo (5), que o surto de virose registrado no Guarujá, no litoral de São Paulo (SP), não tem relação com a operação de sua rede de água e esgoto.
A empresa declarou, em nota oficial, que “não foi identificado qualquer problema na rede da companhia que possa ter atingido as praias do Guarujá”.
A manifestação ocorreu após a Prefeitura de Guarujá notificar a Sabesp sobre a possibilidade de vazamentos e ligações clandestinas de esgoto na região da Praia da Enseada, que poderiam contribuir para o aumento de casos de gastroenterocolite aguda (GECA) na cidade.
Apesar disso, a Sabesp destacou que não recebeu qualquer notificação formal do município, mas que já prestou esclarecimentos à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
De acordo com a companhia, os sistemas de água e esgoto da Baixada Santista funcionam normalmente e são monitorados 24 horas por dia.
A empresa também apontou que o município possui aproximadamente 45 mil imóveis irregulares, que podem despejar esgoto de forma inadequada em galerias de águas pluviais.
Essas galerias, que são responsabilidade da prefeitura, desembocam diretamente no mar, afetando a balneabilidade das praias.
Análises em andamento
Para esclarecer a origem do surto de virose, a Prefeitura de Guarujá informou que enviou amostras ao Instituto Adolfo Lutz, que conduz análises para determinar as causas do aumento de casos de GECA.
A doença provoca inflamações no estômago, intestino delgado e grosso, e causa desconfortos severos em quem se infecta.
Orientação sobre praias impróprias
Enquanto as investigações continuam, o governo do estado de São Paulo orienta os banhistas a ficarem atentos à qualidade da água do mar.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) mantém um monitoramento contínuo e disponibiliza informações sobre a balneabilidade das praias em seu site.
Praias sinalizadas com bandeiras vermelhas indicam condições impróprias para banho. Além disso, especialistas recomendam evitar o contato com a água do mar nas primeiras 24 horas após chuvas intensas, que podem aumentar a contaminação por esgoto.
Segundo o levantamento mais recente da Cetesb, 38 das 175 praias monitoradas no estado de São Paulo estão classificadas como impróprias para banho.
Entre elas, destacam-se as praias de Perequê e Enseada, no Guarujá, além de diversas praias em Santos e Praia Grande, como Ponta da Praia, Gonzaga, Vila Mirim e Balneário Flórida.