O Índice Bovespa está em queda hoje, acompanhando a piora dos mercados internacionais após dados negativos da economia chinesa e do impacto da tragédia de Brumadinho sobre as ações da Vale. Às 17 horas, o Índice Bovespa recuava 2%, para 95.676 pontos, depois de atingir mínima de 94.783 pontos.
Os mercados acionários operam majoritariamente em baixa nesta segunda-feira. Após sinal adicional de desaceleração da economia chinesa – com o lucro do setor industrial registrando queda pelo segundo mês consecutivo, as bolsas asiáticas fecharam o dia predominantemente com perdas. Além disso, apesar das expectativas em relação ao diálogo comercial entre Estados Unidos e China nesta semana, a declaração do secretário de comércio americano de que Washington estaria muito distante de um acordo com os chineses preocupa os investidores, destaca o Departamento Econômico do Bradesco.
Hoje, o Índice Dow Jones está em queda, de 1,14%, enquanto o Standard & Poor’s 500 perde 1,03% e o Nasdaq, 1,32%. Na Europa, o Índice Euro Stoxx 600 perdeu 0,97%, com o Financial Times, de Londres, recuando 0,91%, o DAX, de Frankfurt, 0,63% e o CAC, de Paris, 0,76%.
Há ainda a questão da paralisação das atividades do governo americano pelo impasse em torno da aprovação do orçamento federal no Congresso, em meio à exigência do presidente Donald Trump de aprovar recursos para o muro na fronteira com o México. Houve um acordo na sexta-feira para garantir os pagamentos pelas próximas três semanas. Enquanto isso, continua o impasse no Reino Unido em torno da saída da União Europeia. A principal questão é o impasse da fronteira das Irlandas, que é atualmente o principal obstáculo para o avanço do Brexit, lembra o banco.
Assim, a libra é uma das moedas que se destacam negativamente no mercado de câmbio, após ter ganhado força na semana passada. Amanhã, as atenções estarão voltadas para a primeira-ministra britânica, que levará sua nova proposta de saída da União Europeia ao parlamento para votação.
Petróleo em forte queda
No campo das commodities, também refletindo a desaceleração da segunda maior economia do mundo, o petróleo é cotado em baixa, assim como as commodities metálicas, com exceção do alumínio e o do cobre. Os preços das commodities agrícolas, por sua vez, não apresentam direção única nesta manhã. O barril do petróleo tipo WTI, negociado em Nova York, cai 3,54%, para US$ 51,79.
No Brasil, o maior impacto é das ações da Vale. O papel da mineradora abriu em forte queda hoje, repercutindo o acidente na barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minhas Gerais, que deixou cerca de 60 mortos e 300 desaparecidos. A tragédia, a segunda em menos de quatro anos, levantou dúvidas entre os analistas do impacto sobre o desempenho e a forma de atuação da mineradora. Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu processo contra a empresa e o presidente em exercício Hamilton Mourão disse que o grupo do governo que acompanha o caso estuda o afastamento da diretoria da companhia, o que seria desastroso neste momento.
As ações ordinárias (ON, com voto) da Vale perdem 22,56%, vendidas a R$ 43,50, enquanto as preferenciais (PN, sem voto) da Bradespar, holding não financeira do Bradesco que tem como principal ativo ações da mineradora, caem 24%. O impacto da queda da vale no índice é forte, já que o papel tem o segundo maior peso na carteira do Ibovespa, atrás apenas o Itaú Unibanco.
Também CSN ON está em queda de 5,7%, já que tem forte presença da mina Casa de Pedra em suas receitas e o receio é que a tragédia tenha impactos em todo o setor minerador brasileiro. Gerdau PN está em queda também, de 2,25%.
Petrobras PN também ajuda a derrubar o Ibovespa, com baixa de 2,6%, acompanhando os preços do petróleo. Já os bancos sobem, com Itaú Unibanco PN ganhando 2,13% e Bradesco PN, 1,27%.
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