O Ibovespa, principal índice acionário da B3, a bolsa brasileira, encerrou esta segunda-feira (10) com perdas de 1,05%, aos 112.570,30 pontos.
Já o dólar comercial fechou a sessão de negociação em relativa estabilidade, com desvalorização de 0,01% ante o Real e cotado a R$ 4,321. Dessa forma, a moeda dos EUA ficou próxima a sua máxima de fechamento desde a criação do Real, registrada na última sexta-feira (7).
A semana começou com forte volatilidade do mercado financeiro, devido aos temores envolvendo o avanço do novo coronavírus e os impactos que ele pode a vir causar na economia. A China, principal país afetado e epicentro da epidemia, retomou as atividades industriais na manhã de hoje.
Veja os principais fatores que influenciaram o mercado financeiro na sessão de hoje:
Mercados internacionais
As bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em baixa e só Xangai avançou 0,51%. Já os índices da Europa fecharam com perdas, enquanto nos EUA as bolsas registraram ganhos.
Crise do coronavírus
O número de casos confirmados e mortes pela nova cepa (variedade) de coronavírus só aumenta. Até a última atualização, 910 pessoas morreram e mais de 41 mil já foram contaminadas, com a maioria dos casos ocorrendo na China.
Além da China, 26 outros países também registraram casos da doença, e nenhum caso foi registrado na América Latina. Nesta terça-feira passada (04) foi divulgado que houve avanço na descoberta de uma nova vacina contra o coronavírus.
Retomada do trabalho na China
Após prolongar o feriado de Ano Novo com medo de o coronavírus se espalhar ainda mais, a China vem retomando a atividade das fábricas gradualmente. Assim, a Foxconn, por exemplo, que fabrica a maior parte do iPhone da Apple reiniciou sua produção cautelosamente, como muitas outras empresas na segunda-feira.
Jerome Powell e o Congresso
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, vai participar da audiência semestral de política monetária e economia perante os comitês do Senado e da Câmara em Washington.
Powell está agendado para depor perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara às 12h desta terça-feira (11). Na quarta-feira (12), ele comparecerá em frente ao Comitê Bancário do Senado, também às 12h.
Espera-se que a presidência do Fed reforce o sinal de que a política monetária está suspensa, dado que o mercado de trabalho continua forte e o crescimento do consumo privado permanece sólido.
Boletim Focus
O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (10) mais uma edição do Boletim Focus, que traz a perspectivas do mercado para alguns indicadores da economia nacional. O documento trouxe mais uma redução na estimativa do IPCA para 2020, que recuou de 3,40% para 3,25%, e também manteve a estimativa de que a Selic deva fechar o ano em 4,25%.
Já para 2021, os analistas mantiveram as projeções do IPCA das últimas 60 semanas, estimando uma alta de 3,75%, dentro do centro da meta estabelecida para o ano que vem.
No caso de 2021, a aposta segue em 6,00% para o fechamento do período e de 6,50% em 2022 e 2023.
Os economistas ouvidos pelo BC mantiveram as estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2020. O crescimento estimado do país ficou em 2,30% para este ano. Há quatro semanas, a estimativa era que o PIB tivesse avanço de 2,30%. Para 2021, a aposta também se manteve, em 2,50%, mantendo o mesmo patamar para 2022 e 2023.
IPCA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é uma prévia da inflação oficial, ficou em 0,21% em janeiro deste ano, a menor taxa para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. O IPCA acumula taxas de 4,19% em 12 meses, abaixo dos 4,31% registrados nos 12 meses anteriores. Os dados foram divulgados hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Destaques
Os destaques positivos da sessão vão para as ações dos bancos Bradesco (BBDC4.SA), Itaú (ITUB4.SA) e Itaúsa (ITSA4.SA). Já os destaques negativos vão para os papéis de IRB (IRBR3.SA), CVC (CVCB3.SA) e Cyrela (CYRE3.SA)